Investindo em ações: entenda a diferença entre análise técnica e análise fundamentalista
Saiba como tirar proveito das duas escolas se você está sofrendo na Bolsa
Se você investe em ação ou pesquisou mais sobre o tema, pode ter se deparado com os termos “análise técnica ou gráfica” e “análise fundamentalista”. Com características distintas, elas têm um objetivo em comum: antecipar os movimentos de uma ação na Bolsa em busca de melhores rentabilidades. São duas formas diferentes de pensar: uma mais abrangente e que leva em consideração um conjunto de fatores, e outra focada em gráficos e tendências. Vamos te ajudar a entender mais sobre cada uma delas:
Análise fundamentalista
Nada mais é do que avaliação de uma empresa com base em uma série de fatores, como situação financeira, balanço patrimonial, setor em que atua, fluxo de caixa e conjuntura econômica. “A análise fundamentalista olha a saúde financeira da empresa. Analisamos o balanço patrimonial e seus relatórios, o nível de endividamento, patrimônio líquido e outras métricas. Por meio dessa leitura, identificamos se é uma empresa estável, se consegue aumentar a receita, diminuir as despesas e se endividar menos”, explica Rodrigo Gaiaz, especialista em renda variável da Quattro Investimentos. A análise fundamentalista costuma levar mais tempo para ser executada do que a análise técnica.
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Análise técnica
A análise técnica é feita pelo acompanhamento de gráficos e do comportamento de uma ação. O objetivo é prever futuras tendências no preço do ativo com base nas oscilações. “É a leitura de preço. Diferentemente da fundamentalista, em que olhamos a saúde e o endividamento da empresa, na análise técnica nós focamos na oferta e na demanda das ações. Pela leitura da cotação do mercado, identificamos o interesse pela compra daquela ação”, ressalta Rodrigo. Ou seja, a análise técnica busca encontrar o momento em que a ação está sendo mais procurada pelos investidores, identificando padrões que indicam que o ativo pode ter uma valorização. Normalmente, os grafistas focam no curto prazo e essa análise é muito usada por traders.
Todo investidor consegue fazer as análises?
Sim. Qualquer investidor é capaz de fazer ambas análises, mas isso requer tempo e estudo. “É preciso se dedicar. Mesmo com dez anos de carreira, ainda aprendo muito a cada dia. O investidor que quer começar a fazer análise fundamentalista precisa separar um tempo para analisar a empresa, olhar balanços e entender o que os indicadores significam. Na análise técnica, ele precisa identificar quais são os padrões de um papel. Requer tempo, mas existem sites que podem ajudar trazendo os balanços e números das empresas”, ressalta o especialista.
Qual é a melhor delas?
Não existe uma análise melhor do que a outra. Tudo depende da situação e da estratégia de investimento. A análise fundamentalista costuma ser usada por investidores com planos a longo prazo e que esperam menos “surpresas”, já que fazem uma análise detalhada da companhia. Já a análise técnica é para aqueles que buscam ganhar com especulação e com as oscilações de preços, fazendo operações de curto prazo.
Rodrigo aconselha a junção das duas técnicas. “Significa saber qual empresa investir a partir da saúde financeira e também identificar o momento em que a maioria dos investidores estão buscando aquele ativo. Se você conseguir unir essas duas, vai ter mais eficiência – já que vai investir, no momento certo, em uma empresa com boa governança e rentável.”