Conheça 5 ações abaixo de R$ 10 e boas para investir, segundo analistas
Mas lembre-se: preço e valor do papel são coisas distintas
Você sabia que há um grupo de investimentos que costuma chamar menos atenção dos investidores, mas que pode render dinheiro no bolso? São as ações abaixo de R$ 10 e que têm potencial de crescimento, ou seja, preço e valor baixo.
Qual é a diferença entre preço e valor da ação?
É bom lembrar que preço e valor da ação são coisas distintas. Afinal, preço é o montante que você paga por uma ação. Por exemplo, uma ação que custa R$ 1 está com o preço baixo, mas se as perspectivas dela são ruins, o seu valor está alto, porque o seu preço pode cair ainda mais.
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Por outro lado, uma ação que custa R$ 100 tem o preço alto. Contudo, se a conjuntura aponta para um alto crescimento, o seu valor pode ser considerado baixo.
Quais são as melhores ações abaixo de R$ 10?
Aliás, no nosso caso, vamos apresentar ações abaixo de R$ 10 e com valor baixo, mas com potencial de crescimento. Nesse cenário, encontramos na bolsa de valores empresas de mineração, bancos digitais, celulose, energia e portuária.
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Mas lembre-se: antes de investir, avalie se cada uma delas corresponde a seu perfil de investidor. Também é importante definir prazos para seu retorno e incluir o investimento em renda variável em uma ampla estratégia de investimentos.
Para te orientar nesta jornada, a Inteligência Financeira conversou com analistas do mercado. Eles apontam 5 ações abaixo de R$ 10 para você estudar e avaliar se elas cabem nos seus sonhos e perfil de investidor.
Veja abaixo quais são esses papéis:
CSN Mineração (CMIN3)
Criada em 2015, com a aquisição da mineradora Namisa, a CSN Mineração (CMIN3) já é considerada a segunda maior do ramo no país, com valor de mercado estimado em R$ 18 bilhões. Aliás, a companhia perde apenas para a Vale (VALE3), terceira maior do planeta (R$ 400 bilhões).
Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos e pós-graduado em análise financeira, explica que a expectativa de aumento de produção da empresa e reabertura do mercado chinês, com o afrouxamento das políticas de covid zero, podem ser positivas para a CMIN3.
“Ela [a CSN Mineração] passou por volatilidade em 2022 por causa do desempenho operacional. Mas de 2023 até 2027, a longo prazo, você tem uma perspectiva de volume de produção crescente. Praticamente dobra neste último ano”, afirma Ricardo.
O analista complementa: “A gente está falando aí de quatro, cinco anos. Ela tem que dobrar a produção. É claro que isso vai exigir muito investimento”.
Além disso, Ricardo lembra que a empresa tem falado em redução do endividamento. “É o que está no objetivo dela, segundo o CEO, que fique cada vez menos endividada, o que é interessantíssimo, uma vez que ela nem é uma empresa extremamente endividada”.
Com isso, as expectativas são boas. “É uma empresa que paga dividendos, que aparentemente não tem nada tão grave e vai estar exposta a minério e aço. Com a abertura da China, podem ter boas surpresas para CMIN3”, afirma.
Mas a única ressalva é quanto ao futuro do preço do minério. “Um dos riscos é você ter o preço do minério abaixo do normal. A expectativa do preço é entre U$$ 100 a U$$ 110 a tonelada. Não havendo grande volatilidade nesse preço, tudo indica que é uma boa empresa”, diz.
A ação da empresa fechou cotada a R$ 4,91 no dia 17 de fevereiro de 2023.
Copel (CPLE3,CPLE6)
Com base em um estudo elaborado pelo Conselho de Controle das Empresas Estaduais (CCEE), o governo do Paraná montou sua estratégia recente para transformar a Copel (CPLE3, CPLE6) em uma companhia de capital disperso e sem acionista controlador.
Nas últimas semanas, as ações beliscaram a máxima histórica, mas os analistas se dividem entre os que acreditam que há mais espaço para crescimento e os que acham que ela já encostou no teto.
Já Ricardo está entre os que acreditam na valorização da companhia. Ele lembra que empresas de energia têm previsibilidade de receitas e a privatização da companhia pode gerar ganhos de eficiência.
“Tem também bons dividendos, dividend yield em torno de 11%. Geralmente uma privatização costuma ser boa para o papel, costuma destravar, tirando o risco governo. Mas caso realmente essa privatização saia do papel, ela tenderia a cada vez mais ser mais eficiente, ter margens menos apertadas”, diz.
Aliás, o analista lembra que empresas de energia tem previsibilidade de ganhos. “Estamos falando de empresas perenes, previdenciárias, a pessoa recebe uma conta de luz, se der calote, fica sem luz. Então tem uma previsibilidade enorme de receitas”, diz.
Além disso, os atuais resultados, já têm sido bons. “Independente dela ser estatal ou não, ela já apresenta bons resultados. Então, acho que só por por isso, já faz sentido em investir em longo prazo e ser uma opção”, diz.
As ações da Copel fecharam o dia 17 de fevereiro cotadas a R$ 7,47.
Nubank (NUBR33)
O Nubank (NUBR33) reportou um lucro líquido ajustado de US$ 113,8 milhões no 4º trimestre de 2022, um aumento de 35 vezes o lucro ajustado no mesmo período de 2021. Em bases não ajustadas, o lucro líquido do banco digital somou US$ 58 milhões no período, revertendo prejuízo de US$ 66,1 um ano antes.
O banco brasileiro listado em Nova York adicionou 4,2 milhões de clientes no último trimestre, 20,7 milhões em 2022, atingindo um total de 74,6 milhões de usuários. Um aumento de 38% em um ano, destacando o banco como um dos maiores, de mais rápido crescimento e a sexta maior instituição financeira da América Latina em número de clientes ativos.
No entanto, o ativo apresenta desvalorização de cerca de 60% desde seu IPO. Mas os últimos números animaram parte dos analistas.
“Uma que pode ser uma boa aposta, não vou falar que é uma empresa totalmente estruturada, mas pra quem gosta um pouco de pimenta na carteira seria o próprio Nubank. Só no Brasil, o lucro ficou em U$$ 138 milhões no quarto trimestre”, lembra Ricardo.
O analista afirma que há ainda incertezas quanto ao negócio, mas os últimos números foram bons. “Talvez, e esse talvez bem em caixa alta, tenha chegado a hora da Nubank ser consistente. As margens têm melhorado, tem aumentado a sua base de origem de crédito, que é bom, que é assim que o banco ganha dinheiro e a inadimplência tem ficado praticamente estável”, afirma.
Mas ele lembra que a empresa ainda gasta recursos para crescer, e a ação seria uma aposta mais arriscada na carteira.
“Estamos falando de startup, muita queima caixa para crescer. Mas talvez esse resultado tenha dado uma uma luz para mercado de que os bancos digitais podem sim ser lucrativos. O Nubank seria, a meu ver, uma pimenta numa carteira aí de longo prazo”, diz.
A NUB33 fechou cotada a R$ 4,23 no dia 17 de fevereiro.
Klabin (KLBN4)
Com 124 anos de história e 23 unidades industriais, a Klabin é a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil. Além disso, é líder nos mercados de embalagens de papelão ondulado e sacos industriais.
A KLBN4 apresentou resultados dentro do esperado no quarto trimestre, com números sequencialmente mais fracos, impactado por menores volumes e preços realizados de celulose, compensando queda nos custos, segundo análise de alguns dos principais bancos de investimento do país.
“Em 2022, apresentou bons resultados, de acordo com as linhas dos analistas, e inclusive pagando bons dividendos. A gente está falando de dividendos (dividen yield) em torno de 8%”, lembra Ricardo.
E o analista recorda que a empresa tem a receita vinculada ao dólar, ou seja, uma opção para quem quer se expor à moeda estrangeira. “Klabin se beneficia por causa do dólar. Se você pensa em se expor ao mercado internacional, Klabin e Suzano são boas opções”, diz.
Mas, ao mesmo tempo, em caso de queda do dólar, a situação se inverte.
“Para quem quer aplicar em Klabin, tem que ficar ligado no preço do dólar. Se você tiver uma queda, uma queda generalizada do dólar, isso pode ser um problema”, afirma.
KLBN4 fechou o dia 17 de fevereiro valendo R$ 3,85.
Santos Brasil (STBP3)
Responsável por 18% de toda a movimentação de contêineres e cargas do país, a Santos Brasil (STBP3) opera o Tecon Santos, o maior terminal de contêineres da América Latina e um dos três terminais mais eficientes do Brasil.
“Está apresentado ótimos resultados, recorde de resultado em 2022. Vai se beneficiar e já está se beneficiando com o fim das restrições sanitárias chinesas. Esse efeito ainda não foi visto no balanço dela, o efeito que foi visto, foi do afrouxamento das restrições sanitárias”, diz.
Além disso, Ricardo lembra dos lucros e do baixo endividamento. “É uma empresa que tem apresentado lucro e que não está muito alavancada também. O endividamento dela sobre o Ebitda é de 1,1, praticamente um para um”, afirma.
E com a abertura da economia chinesa, Ricardo avalia que a empresa está com valores descontados, ou seja, está barata. “Ainda mais com a abertura de China e as coisas voltando 100% normal, com o crescimento que ela vem apresentando ,realmente, parece que estão em valores descontados”, diz.
STBP3 fechou valendo R$ 7,85 no último dia 17 de fevereiro.