Tesouro Direto: juros caem e número de investidores sobe. Mas ainda vale a pena?

O momento pede cautela e uma boa seleção dos ativos em carteira

(Ilustração: Marcelo Andreguetti/IF)
(Ilustração: Marcelo Andreguetti/IF)

O mercado de títulos públicos caiu depois da divulgação do IPCA-15 abaixo do esperado. O indicador ficou em 0,13% em julho, após alta de 0,69% em junho, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou abaixo da mediana das 32 projeções de analistas de consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data, de +0,16%, com intervalo das estimativas entre -0,12% e +0,34%.

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No exterior, os agentes financeiros aguardam a decisão monetária do Fed, que anuncia nesta quarta-feira (27) o aumento ou não dos juros básicos dos Estados Unidos.

Com isso, na metade desta terça-feira (26) os juros dos títulos do Tesouro Direto operavam em queda. Destaque para os prefixados com vencimento em 2025, o mais curto da classe, que oferecia 13,09% ao ano, ante os 13,25% da sessão anterior.

No caso dos títulos indexados à inflação, o Tesouro IPCA+2055, mais pagamento de juros semestrais, pagava 6,17% ao ano, abaixo dos 6,22% do fechamento de ontem.

Vale a pena investir em Tesouro Direto?

O momento pede cautela, seja para a renda variável, seja para a fixa. O mesmo vale para o Tesouro Direto, no qual os analistas recomendam dois tipos de ativos:

  • Tesouro Prefixado com juros semestrais (antigo NTN-F): título prefixado, com taxa definida no momento da compra e que paga juros a cada semestre. Esse papel tem vencimento único em 2029.
  • NTN-B ou Tesouro IPCA: a remuneração desse papel é no médio e no longo prazo, porque eles pagam a variação do IPCA, e uma taxa de juros real prefixada. Para quem comprar esse ativo agora e esperar até o vencimento, em 2026, por exemplo, a promessa de rendimento está um pouco acima dos 5,80% ao ano mais a variação do IPCA.
Tesouro direto: vale a pena investir? | Inteligência Financeira

Investimentos no Tesouro superam resgates

O investimento em títulos públicos por meio do Tesouro Direto somou R$ 3,67 bilhões em junho, enquanto os resgates ficaram em R$ 2,13 bilhões, o que resultou em uma emissão líquida de R$ 1,53 bilhão no mês. Com as taxas de juros em alta, o título mais demandado foi o indexado à Selic, que totalizou R$ 2,03 bilhões em vendas, correspondendo a 55,31% do total, seguido pelos títulos indexados à inflação e prefixados.

O balanço divulgado nesta terça-feira (26) pelo Tesouro Nacional também aponta para um crescimento no número de investidores ativos no Tesouro Direto, que já atinge mais de 2 milhões de pessoas, com um aumento de 34,9 mil em relação a maio. O número de investidores cadastrados no programa aumentou 69,5% em relação a junho do ano passado, atingindo a marca de 19,4 milhões de pessoas.

O Tesouro informou que o estoque do programa cresceu 2,60% no mês de junho, fechando em R$ 94,07 bilhões. Em maio, o estoque havia fechado em R$ 91,69 bilhões.

De acordo com a secretaria, os títulos remunerados por índices de preços são os mais representativos, somando R$ 50,83 bilhões, o que representa 54,04% do total. Na sequência estão os títulos indexados à taxa Selic, que totalizam R$ 28,42 bilhões (30,22%), seguidos pelos prefixados, que somaram R$ 14,81 bilhões, com 15,74% do total.

Maioria investe por até 5 anos

Além disso, o Ministério da Economia informou que, em relação ao perfil, a parcela com vencimento em até 1 ano fechou o mês em R$ 6,24 bilhões, representando 6,63% do total. Já a parcela entre 1 a 5 anos foi de R$ 61,27 bilhões (65,13%). O percentual acima de 5 anos somou R$ 26,57 bilhões (28,24%).

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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