Tesouro IPCA 2045: Estrela de novembro
O cenário atual torna os títulos atrelados à Selic e ao IPCA mais atrativos. Saiba o que considerar antes de investir
De acordo com o boletim Focus divulgado na segunda-feira (29), o PIB de 2021 passou de 4,80% para 4,78%. Para 2022, a expectativa saiu de 0,70% de crescimento para 0,58%. Já a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi em um movimento contrário do PIB e subiu de 10,12% para 10,15%, na 34ª revisão consecutiva para cima.
Para 2022, a estimativa avançou mais uma vez, de 4,96% para 5,00%. O crescimento, acima do esperado pelas projeções do mercado, fez com que investimentos em renda fixa , especialmente o Tesouro Direto, ganhassem destaque.
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Depois de meses com a tabela de rentabilidades quase inteira no vermelho, 25 dos 27 títulos negociados na plataforma do Tesouro Direto apresentaram retornos positivos. O Prefixado 2026, por exemplo, caía -5,62% e agora sobe +0,38%. A rentabilidade do Prefixado 2031 com juros semestrais passou de -5,44% para +2%. Os títulos atrelados à inflação, que também têm um componente prefixado, seguiram o mesmo roteiro: o Tesouro IPCA 2055 com juros semestrais, por exemplo, despencava -8,69% e agora cresce +1,85%.
Tesouro IPCA 2045: estrela de novembro
No entanto, nenhum título teve uma virada tão grande como o Tesouro IPCA 2045. Em outubro, seu desempenho era -15,03% e agora salta +3,21%, no melhor resultado de toda a tabela. E, mesmo nos dois títulos que destoaram dos demais e caíram, os tombos foram pequenos. O Tesouro Prefixado 2023 recuou -0,09%, enquanto no Prefixado para o mesmo ano com pagamento de juros semestrais a perda foi ainda menor: -0,03%.
“Basicamente dois fatores influenciam no Tesouro Direto e suas taxas: as perspectivas de política fiscal e a inflação. Quando eventos como esse acontecem, no caso uma surpresa na inflação, é natural que aconteça um movimento grande de realocação da carteira de renda fixa dos investidores”, explicou a IF Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.
Portanto, o cenário atual torna os títulos atrelados à Selic e IPCA mais atrativos, já que eles têm rentabilidade vinculada à variação e desempenho desses indicadores. “Se você tem interesse em investir no Tesouro Direto, deve ficar atento às diferenças entre títulos de curto e longo prazo. Títulos de até três anos são mais influenciáveis nesse cenário de inflação. Já os mais longos dependem mais da situação fiscal do Brasil”, diz Borsoi.
O que você deve considerar antes de investir
Segundo o economista, você precisa ter em mente o prazo da aplicação. No caso dos títulos do Tesouro atrelados ao IPCA, existem os que pagam juros semestrais e os que remuneram somente no vencimento. Ou seja, se você retirar antes da hora, pode perder dinheiro. Borsoi vê atratividade em títulos de curto prazo vinculados à Selic e IPCA. “Estamos em um cenário complicado para se alongar muito no prazo da aplicação”, ressalta.
Por fim, fique de olho na diversificação do portfólio. Segundo Borsoi, não concentrar todo o investimento em um só título ou apenas na renda fixa é uma boa estratégia. Mesmo que você tenha um perfil conservador, procure reservar uma pequena parte do dinheiro em outras aplicações. “O mercado financeiro nunca é unidirecional. Ter um conjunto de ativos te ajuda a conseguir uma boa performance e diminuir os riscos.”
Para conferir taxas e rentabilidades dos títulos públicos, você pode acessar a página do Tesouro Direto.