Quanto rendem R$ 7 milhões no Tesouro Direto?

Um alerta importante: você pode investir tudo isso no Tesouro Direto, mas aos poucos, porque há um limite de até R$ 1 milhão por mês

Tesouro Direto tem títulos pré-fixados e atrelados à Selic ou à inflação e é importante saber como escolher a melhor opção
Tesouro Direto tem títulos pré-fixados e atrelados à Selic ou à inflação e é importante saber como escolher a melhor opção

O Tesouro Direto é uma das modalidades mais populares de investimento em renda fixa no Brasil. A possibilidade de oferecer rentabilidade mais elevada que a da popular poupança, por exemplo, com o mesmo nível de segurança atrai até o público com mais alta renda. Portanto, para que você possa entender o potencial de rendimento desse produto, simulamos quanto rendem R$ 7 milhões no Tesouro Direto considerando diferentes modalidades e variações de títulos.

Para tanto, consideramos uma calculadora desenvolvida por Bruno Mori, economista e sócio fundador da consultoria Sarfin, e o próprio simulador oficial do Tesouro Direto.

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No entanto, antes de prosseguir é importante trazer uma informação. Pelas atuais regras do Tesouro Nacional, há um limite de investimento de R$ 1 milhão por mês por CPF. Não se trata de um limite para um único título, mas sim para a soma de todos os investimentos de uma pessoa no Tesouro Direto.

Por outro lado, não há um impeditivo para que se tenha um montante mais elevado acumulado. “No Tesouro Direto não há limite para estoque. Isso significa que você poderá investir o montante que quiser, desde que respeitado o limite mensal de compra”, explica o Tesouro Nacional.

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Reforçando que as projeções a seguir são feitas de acordo com as condições atuais de mercado. A curva futura de juros, as taxas atuais dos títulos disponíveis e as perspectivas para a inflação. Portanto, se trata de uma simulação nas condições presentes, que são sujeitas a mudanças e não representam nenhuma garantia de rentabilidade futura.

Rendimento do Tesouro Direto

Primeiramente, vale entender como funciona o investimento em títulos públicos. O Tesouro Nacional emite regularmente títulos de dívida pública para financiar os gastos estatais sob uma condição de retorno que é definida no momento da aplicação.

Essa rentabilidade pode ser pré-fixada ou pós-fixada. No caso dos títulos pré-fixados há uma taxa exata de rendimento prevista, que será paga ao investidor faça chuva ou faça sol. Por outro lado, no caso dos pós-fixados, parte expressiva do rendimento do título está indexada a um índice de mercado, a taxa Selic ou o IPCA.

O investimento no Tesouro Direto segue uma tabela regressiva de tributação. Portanto, quanto mais tempo se mantém o investimento, menor é o imposto cobrado. Pela regra estabelecida, investimentos que duram até 180 dias pagam a maior taxa, de 22,5%, enquanto as aplicações a partir de 720 dias pagam o menor tributo, de 15,0%.

Quanto rendem R$ 7 milhões no Tesouro Direto

A primeira simulação considera o montante de R$ 7 milhões já investido no Tesouro Selic, desconsiderando o impedimento para a aplicação desse valor em uma tacada só, como explicitamos acima.

A calculadora desenvolvida por Bruno Mori considera a atual taxa básica de juros, de 13,25% ao ano, e a curva futura de juros, que hoje precifica uma queda da Selic no médio e longo prazo. Assim, estima-se que R$ 7 milhões no Tesouro Selic rendam hoje cerca de R$ 56.786,23 por mês, já descontado o imposto de renda.

Em seguida, simulamos prazos mais longos. A rentabilidade é de aproximadamente R$ 335,36 mil em 6 meses, R$ 644,20 mil em um ano, R$ 1,26 milhão em 2 anos e R$ 3,81 milhões em 5 anos.

Para a simulação com um título atual, fizemos da seguinte forma. Calculamos a rentabilidade com um aporte inicial de R$ 1 milhão, dentro do limite previsto, e o restante fracionado em aportes mensais. Veja o resultado:

Tesouro Selic 2026
Taxa de rentabilidade (consultada em 08/09/23): Selic + 0,0440%
Selic estimada pela calculadora oficial: 9,25% ao ano
Investimento: Aporte inicial de R$ 1.000.000 + 29 aportes mensais de R$ 206.896,55
Vencimento: 01/03/2026

Valor bruto: R$ 7.890.914,79
Desconto de IR: – R$ 147.029,25
Taxa da B3: – R$ 21.390,10
Valor líquido: R$ 7.722.495,44

Tesouro Direto e a inflação

A inflação é um dos principais pontos a serem considerados quando se faz um investimento no Tesouro Direto. Por exemplo, o Tesouro IPCA+ tem como um dos seus principais atrativos a proteção contra a inflação. Caso os preços disparem no Brasil, o que já aconteceu diversas vezes na nossa história, o investimento vai cobrir essa alta acrescentando ainda um rendimento extra.

Por outro lado, no caso de inflação mais baixa, como busca o governo federal, o título passa a render menos do que outras opções disponíveis. A possibilidade de variação nos preços também é importante para títulos pré-fixados. Em caso de uma disparada nos preços, a taxa de rendimento desses títulos pode não ser suficiente para cobrir a inflação, o que resulta em perda do poder de compra.

Dadas as condições previstas atualmente e os títulos disponíveis, veja a simulação com um título pré-fixado e outro atrelado à inflação.

Tesouro Prefixado 2029
Taxa de rentabilidade (consultada em 08/09/23): 11,08% ao ano
Investimento: Aporte inicial de R$ 1.000.000 + 63 aportes mensais de R$ 95.238,09
Vencimento: 01/01/2029

Valor bruto: R$ 9.768.130,69
Desconto de IR: – R$ 423.051,35
Taxa da B3: – R$ 52.882,11
Valor líquido: R$ 9.292.197,23

Tesouro IPCA+ 2029
Taxa de rentabilidade (consultada em 08/09/23): IPCA + 5,27% ao ano
IPCA estimado pela calculadora oficial: 3,86% ao ano.
Investimento: Aporte inicial de R$ 1.000.000 + 68 aportes mensais de R$ 88.235,29
Vencimento: 15/05/2029

Valor bruto: R$ 9.355.285,29
Desconto de IR: – R$ 359.455,29
Taxa da B3: – R$ 54.571,18
Valor líquido: R$ 8.941.258,82

Investir no Tesouro Direto para aposentadoria e estudos

Duas opções recém-lançadas pelo Tesouro Nacional contemplam objetivos comuns dos brasileiros: obter uma renda extra para complementar a aposentadoria e ter recursos para custear o estudo futuro de filhos e netos.

Primeiramente, para o objetivo de renda extra na aposentadoria foi lançado o Tesouro Renda+. Nessa modalidade, contribui-se por um longo período e, ao final, o investidor garante uma renda mensal a ser paga em 240 parcelas. Portanto, durante 20 anos.

Em seguida, temos o Tesouro Educa+. Nessa modalidade, o prazo de acumulação é mais curto e a renda extra é paga ao longo de 5 anos, espaço de tempo comum para uma educação universitária ou pós-graduação.

Em uma simulação para aposentadoria, por exemplo, usando os R$ 7 milhões temos o seguinte cenário. Um investidor de 33 anos que aplique R$ 1 milhão no Tesouro Renda+ 2055, para se aposentar aos 65 anos, poderia mirar uma renda mensal na faixa de R$ 250 mil por 20 anos. Para tanto, precisaria aportar ao longo de todo o período mais cerca de R$ 14.213,90 por mês, o que ao final de tudo daria um investimento de aproximadamente R$ 6,33 milhões.

Quanto rende o Tesouro Direto?

Nós da Inteligência Financeira simulamos também o investimento de outros valores no Tesouro Direto. Veja mais textos dessa série abaixo:

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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