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Juro a 17%: como ganhar mais na renda fixa ao comprar agora e vender depois, quando as taxas caírem
Os juros futuros estão chegando perto de 17%. Algo que pode ser extremamente negativo para a economia do País. Contudo, quem tem títulos de renda fixa pode se dar bem nesse cenário. Isso pode acontecer caso o investidor decida vender esses papéis no mercado secundário, usando a marcação a mercado. Mas os juros precisam começar a cair.
Assim, vale lembrar que as projeções para os juros futuros estavam recentemente abaixo de 12%. Subiram para 15% e agora batem os 17%. Dessa maneira, isso pode indicar que quem comprou um papel hoje – com a taxa futura mais alta – tem em mãos um papel que pode ser mais valioso do que aquele título adquirido por outro investidor um mês atrás, quando as taxas eram menores.
Isso tudo abre oportunidades no mercado secundário para ganhar com marcação a mercado. Essas expressões – marcação a mercado, mercado secundário – podem confundir mais do que explicar. Mas é fácil entender do que se trata. Veja a seguir.
O que significa marcação a mercado e mercado secundário?
Para títulos de renda fixa, o mercado secundário funciona como o ambiente no qual se comercializam os títulos antes do vencimento. E a marcação a mercado define o valor que o título terá nesse preciso momento, de compra ou venda antes do vencimento.
Assim, veja como aumentar seus rendimentos utilizando tanto o mercado secundário como a marcação a mercado em tempos de juros nas alturas.
Oportunidade para ganhar mais quando os juros caírem
Então, vamos ao que interessa. Basicamente, existe a oportunidade agora de comprar títulos com taxas elevadas de remuneração para vender depois, com a queda das taxas.
Em um cenário de aumento de taxas, títulos e debêntures adquiridos a taxas mais atrativas tendem a ganhar valor de mercado.
“Os investidores que buscam retorno imediato estão dispostos a pagar um prêmio para adquirir esses títulos, com taxas mais altas”. A explicação é de Gianluca Di Mattina especialista em investimentos da Hike Capital.
O que comprar agora para vender depois no mercado secundário?
As principais oportunidades para aumentar seus ganhos no mercado secundário estão no CDB e títulos do Tesouro prefixados, que já pagam taxas acima de 16%.
Além disso, há oportunidades nos títulos Tesouro IPCA+. “Os ativos voltados à inflação (IPCA+) protegem o capital contra inflação e ainda oferecem juros reais altos (acima de 7%)”. A avaliação é de Josias Bento, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.
“Se houver queda na curva de juros após o pico, quem comprou os títulos durante a alta (com taxas atrativas) pode vendê-los com ganhos. Fundos que investem em títulos públicos longos também podem capturar o fechamento da curva com boa eficiência”, acrescenta o especialista.
‘Timing’ é o segredo para lucrar com a marcação a mercado
Contudo, é preciso estar atento ao timing da compra e da venda para obter bons lucros. Nesse sentido, é preciso estar sempre atento à curva de juros. Ou seja, aos juros futuros.
“Se o mercado acredita que a Selic já atingiu o pico e tende a cair, pode ser um bom momento para vender títulos adquiridos com taxas mais altas, tendo uma marcação a mercado interessante”. A fala é de João Victor Vieitez, analista da gestora de patrimônio Aware Investiments.
E como exatamente o mercado muda suas projeções? Basicamente, ele olha para dados macroeconômicos, como inflação e situação fiscal do país (endividamento público).
Isso tudo vem acompanhado de sinais de mudanças na política monetária, como declarações do Banco Central, que podem apontar os próximos movimentos de ciclo de juros.
Quando comprar e quando vender os títulos?
Assim, “o investidor deve aproveitar o pico de juros para comprar e o início do fechamento da curva (queda dos juros futuros) para vender”, ressalta Bento.
Quando os juros caem, os preços desses títulos sobem, gerando ganhos na marcação a mercado.
Assim, “o timing para vender os prefixados é quando houver sinal de queda na taxa de juros. Por outro lado, o timing para os atrelados a inflação é quando os juros reais começarem a cair, indicando fechamento na curva de juros”, conclui o especialista da GT.
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