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Bonds: saiba como funciona a renda fixa nos Estados Unidos
Quem está planejando ter uma carteira de investimentos diversificada com ativos fora do Brasil, deve estudar e analisar o mercado de bonds.
Assim como no Brasil você encontra títulos de renda fixa, tanto públicos quanto privados, o mercado financeiro dos Estados Unidos oferece aos investidores os bonds.
O que são bonds?
Segundo a corretora digital Avenue, bonds são títulos de dívida emitidos pelo governo ou empresas privadas, que captam dinheiro no mercado para financiar projetos, atividades ou até refinanciar dívidas.
Então, esses papéis funcionam como um contrato de empréstimo, no qual o emissor se compromete a pagar juros ao investidor em uma data futura – que pode ser de alguns meses ou de décadas.
Portanto, bons são títulos de dívida e representam a forma mais comum para o investidor ter papéis de renda fixa nos EUA.
Como funcionam os bonds?
Assim como no Brasil, quando uma empresa ou um governo precisa de dinheiro, seja para financiar algum projeto ou para gerenciar suas dívidas, eles podem emitir bonds no mercado americano, que são adquiridos por investidores interessados em emprestar dinheiro para essas entidades.
Cada bond tem suas próprias características, como prazo de vencimento, taxa de juros e forma de pagamento dos cupons (os juros). A taxa de juros do empréstimo é determinada por alguns fatores, entre eles: o risco de crédito da emissão, ou seja, a chance do emissor não conseguir pagar o empréstimo.
Mais risco, mais juros
Quanto maior o risco, maior será a taxa de juros oferecida. Os especialistas da Avenue lembram que as agências de classificação de risco, como a Moody’s, Fitch e S&P, dão notas aos bonds para mostrar o quão seguros e confiáveis eles são.
Dessa forma, vale ressaltar que a classificação de risco de alguns emissores é restringida pela classificação de risco do país, ou seja, nenhuma empresa privada do mesmo terá uma classificação melhor do que a do próprio país em que está inserida.
Só para você ter uma ideia, os títulos do Tesouro americano, chamados de treasuries, são considerados os títulos de menor risco e suas taxas servem como referência para outras emissões privadas.
No mercado internacional, empresas que querem emitir bonds precisam pagar uma taxa de juros acima das taxas dos treasuries, colocando um acréscimo adicional de acordo com o risco de crédito, chamado de spread.
Qual é a diferença dos bonds para os títulos brasileiros?
Já no Brasil, essa mesma dinâmica ocorre, onde os títulos privados de renda fixa estão relacionados aos títulos do Tesouro e têm um incremento na taxa de juros, de acordo com o risco e o prazo.
Uma grande diferença entre o mercado americano e o mercado brasileiro, é que nos EUA, a maioria dos títulos tem taxas de juros prefixadas, enquanto no Brasil, você encontra bastante opções indexadas à taxa de juros Selic e à inflação também.
Os investidores podem escolher entre manter os bonds até o vencimento, quando recebem o valor acordado, ou vendê-los no mercado secundário antes do vencimento, negociando com outros investidores pelo preço de mercado.
Por outro lado, nos Estados Unidos, o mercado secundário é bem líquido, o que significa que geralmente é fácil vender os bonds e há flexibilidade para ajustar as posições de acordo com as necessidades dos investidores.
Tipos de bonds
Existem alguns tipos de bonds – e é sempre importante observar os riscos de cada um deles, e casar essa análise com seu perfil, antes de tomar qualquer decisão. Vamos a eles:
Bonds do governo ou government bonds: são títulos emitidos pelo governo dos Estados Unidos e também são conhecidos como treasuries. Eles são categorizados de acordo com o prazo de vencimento, como Treasury Bills, Treasury Notes e Treasury Bonds.
Bonds corporativos ou Corporate Bonds: são emitidos por empresas privadas quando elas precisam captar recursos. Esses títulos são semelhantes às debêntures, lembrando que nos EUA são lançados geralmente com taxas prefixadas, e são uma forma de as empresas conseguirem empréstimos mais baratos e com maior volume de recursos.
Bonds com cupom ou Cupom Bonds: a maioria dos bonds é emitida com taxa de juros prefixada e pagamento de cupom semestral. O cupom é o valor pago ao investidor como juros do empréstimo e geralmente é fixo ao longo da vida do Bond.
Zero Cupom Bonds: são títulos de dívida que não pagam cupons de juros periódicos. Em vez disso, esses bonds são emitidos com um desconto significativo em relação ao seu valor nominal e oferecem apenas um pagamento único no vencimento.
Bonds perpétuos ou Perpetual Bonds: não possuem uma data de vencimento pré-determinada. Esses títulos são considerados mais arriscados, mas geralmente oferecem taxas de juros mais altas.
Quais são as vantagens dos bonds norte-americanos?
Os especialistas da Avenue apontam 4 fatores que você pode levar em consideração:
- Rendimento estável: Os Bonds geralmente pagam juros fixos regularmente, proporcionando um fluxo de renda previsível.
- Preservação de capital: Bonds de alta qualidade geralmente são considerados investimentos mais seguros em comparação com ações e podem ajudar a preservar o capital investido.
- Diversificação: Bonds podem ser uma adição importante para diversificar uma carteira de investimentos, equilibrando os riscos associados a outras classes de ativos.
- Prioridade de pagamento: Em caso de falência ou liquidação da empresa emissora, os detentores de Bonds têm prioridade sobre os acionistas no recebimento dos pagamentos.
Quais são os riscos dos bonds?
O economista William Castro Alves, sócio e estrategista-chefe da Avenue e colunista da Inteligência Financeira, afirma que, basicamente, o risco dos bonds tem a ver com o emissor. “Quanto pior for a qualidade de crédito, maior é o risco”, informa William.
De olho nos juros
William explica que é importante ficar atento aos juros básico da economia. “Também é importante ficar atento à mudança na perspectiva de juros, isso impacta a precificação e pode gerar perdas – ou ganhos – para o papel”, diz William.
“Estacionar” o dinheiro
Como são instrumentos de renda fixa, eles são indicados para quem queira diversificar e preservar o capital com titulos de curto prazo do governo, que tem menor risco. Neste caso, seria como “estacionar” o dinheiro
Por isso a dica de ouro é conhecer e entender os riscos que você toma ao investir, saber para quem você está emprestando o dinheiro
Riscos do governo
E, em se tratando de títulos emitidos por empresas, há o risco soberano. “Este não tem nada a ver com o negócio em si, mas com fatores ligados à economia e que pode contaminar uma companhia”, diz William.
Em resumo, os riscos mais latentes são:
- Risco de crédito: Existe o risco de o emissor do Bond não cumprir seus pagamentos de juros ou principal. Avalie a classificação de crédito e a saúde financeira do emissor.
- Risco de taxa de juros: Os preços dos Bonds são afetados pelas mudanças nas taxas de juros. Quando as taxas de juros sobem, os preços dos Bonds geralmente caem (uma subida ou queda da taxa de juros não vai alterar o pagamento do cupom, afetando apenas a marcação à mercado do valor de face desse Bond)
- Risco de liquidez: Alguns Bonds podem ter baixa liquidez, o que pode dificultar a compra ou venda no mercado secundário.
Como funciona o Imposto de Renda sobre os bonds?
Se não houver mudança nas regras, os especialistas da Avenue explicam que os ganhos de capital com bonds estão sujeitos à incidência do Imposto de Renda.
Assim, o cálculo é feito sobre a diferença entre o valor de compra e o valor de venda do Bond.
Então, se o ganho for de até R$ 5 milhões, a alíquota é de 15%. Para ganhos entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, a alíquota é de 17,5%. Para ganhos entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões, a alíquota é de 20%. E para ganhos acima de R$ 30 milhões, a alíquota é de 22,5%.
Caso as suas vendas de ativos no exterior não ultrapassem o valor de R$ 35 mil dentro de um mesmo mês, você fica isento de recolher imposto.
Já os rendimentos provenientes dos juros dos bonds, ou seja, os cupons, também estão sujeitos à tributação do Imposto de Renda, seguindo a mesma tabela progressiva de alíquotas de acordo com os ganhos.
No entanto, é importante destacar que, nesse caso, não há uma faixa de isenção. Ou seja: todos os rendimentos serão tributados. O recolhimento é feito via DARF, até o último dia útil do mês subsequente ao das vendas.
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