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ETF de renda fixa supera ganhos do Tesouro IPCA+ 2029: vale a pena investir?
Um ETF de renda fixa ainda pouco conhecido pelos investidores registrou uma valorização interessante no último ano. O B5P211 acumulou uma alta de 4,6% nos últimos 12 meses investindo em títulos públicos indexados à inflação. Outro investimento semelhante, o Tesouro IPCA+ 2029, teve uma valorização de 3,6% no mesmo período.
O B5P211 é um ETF que segue a variação do IMA-B5 P2, índice da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) composto por uma carteira balanceada de NTN-Bs com prazo inferior a cinco anos.
“Além de ser composto por NTN-Bs com vencimentos até 2029, [esse ativo financeiro] possui pagamentos semestrais de juros. Considerando o prazo médio dessas NTN-Bs, o B5P211 tem um trecho mais curto de investimento que o Tesouro IPCA+ 2029”, explica Filipe Arend, head de renda fixa da Faz Capital.
O tem por trás da valorização do B5P211?
Felipe ressalta que durante este ano o mercado recebeu uma série de dados de inflação acima da expectativa. “A inflação dos últimos 12 meses consistentemente aumentou. E o que acontece quando temos um título mais curto atrelado a ela? Ele consegue capturar esse momento de uma forma mais efetiva”, explica.
Portanto, por terem papéis mais curtos, as oscilações do B5P211 também são menores com as mudanças do mercado. “Neste caso, o que pesa mais é o componente IPCA. Consequentemente, o aumento das projeções de inflação e a inflação dos últimos meses acumulada fizeram com que esses títulos mais curtos tivessem uma valorização mais expressiva. Refletindo justamente na carteira do ETF””, explica Felipe.
No caso dos títulos longos, de acordo com o especialista, a dinâmica é diferente. “Se a inflação aumenta, muito provavelmente os juros de longo prazo também vão aumentar. Isso acaba jogando o preço do título para baixo”, ressalta.
Vale a pena investir no ETF de renda fixa?
Na visão de Felipe, se o investidor tem um viés de curto prazo e está menos disposto a lidar com a volatilidade, pode fazer mais sentido, entre as duas alternativas, investir no ETF. “Aqui você consegue capturar essa tendência de inflação de uma forma mais fácil e não possui uma volatilidade muito relevante”, argumenta.
Já para o investidor disposto a tomar um pouco mais de risco, o título faz mais sentido. “Nele conseguimos ter a possibilidade de marcação a mercado positiva. Além disso, se está disposto a carregar até o vencimento, também vale mais a pena. Investimento no Tesouro IPCA+ 2029, a taxa que o investidor comprar, que hoje está acima de IPCA+ 6% ao ano, ele vai carregar até o vencimento com um patamar histórico relevante”, afirma.
Já Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos, destaca outro ponto. “Do ponto de vista de diversificação, o ETF traz uma estratégia melhor do que um único título. Ou seja, você acaba tendo um risco reduzido e ainda se beneficia no caso de uma surpresa inflacionária”, afirma.
Produtos diferentes para estratégias diferentes
Bruno Corano, economista da Corano Capital, explica que apesar de investirem em ativos atrelados à inflação, os produtos são voltados para estratégias diferentes.
“A diversificação desse ETF traz um benefício nesse momento, o que faz com que ele tenha melhor aceitação. Porém, isso não pode ser assumido como uma regra definitiva, depende do momento de mercado. Uma única variável é que esse ETF não tem um volume muito alto de negociação. Então, se as quantias investidas forem muito grandes, a pessoa pode ter dificuldade para sair”.
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