O que você precisa saber para investir no exterior em 11 passos

Confira dicas para diversificar e fortalecer seu portfólio

Investimentos no exterior sofrerão o impacto da valorização ou desvalorização do câmbio (Foto: Freepik)
Investimentos no exterior sofrerão o impacto da valorização ou desvalorização do câmbio (Foto: Freepik)

Pensando em diversificar sua carteira? Pois saiba que investir no exterior se tornou uma realidade para muita gente. Isso porque, com plataformas de investimento mais acessíveis, menos burocracia e custo mais baixo, alocar dinheiro fora do país está muito mais fácil. A seguir, confira 11 passos para começar a investir no exterior em 2024.

1 – Reserva de emergência

Em primeiro lugar, é preciso que o investidor já tenha uma reserva de emergência, aquele valor separado para arcar com despesas extraordinárias. De acordo com os especialistas, o ideal é que ela seja feita em real e em investimentos que permitam resgate imediato. Ou seja, nada de deixar aquele valor para situações emergenciais fora do país.

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“O valor não pode estar preso em uma alocação sem liquidez ou em outra moeda. Isso porque o investidor não pode correr o risco de não conseguir resgatar o investimento na hora da emergência. Ou acabar perdendo dinheiro porque o dólar se desvalorizou, por exemplo”, explica Larissa Frias, planejadora financeira do C6 Bank.

Somente depois de construída a reserva de emergência, é o momento de pensar nos ativos internacionais.

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2 – Cenário macro para investir no exterior favorável

Um dos motivos para investir no exterior em 2024 é aproveitar o cenário oportuno. Nos Estados Unidos, o Fed (Federal Reserve) manteve os juros americanos no intervalo de 5,25% a 5,5% ao ano.

Os juros altos por mais tempo geraram um efeito que há muito não se via nos EUA: a migração da renda variável para a renda fixa, algo normal no Brasil. Nos EUA, entretanto, é uma novidade o fluxo de dinheiro saindo da renda variável para a renda fixa.

Ainda assim, o mercado de ações continua em alta, com o S&P500, Dow Jones e Nasdaq perto de suas altas históricas. No entanto, diante da maior rentabilidade da renda fixa, com menor risco, o ditado norte-americano “fell in love with fixed income”. Nesse sentido, o brasileiro também pode aproveitar esse cenário.

3 – Quais são os melhores títulos?

Assim, a renda fixa em dólar continua atrativa, mas é preciso estar atento para os títulos escolhidos. Para quem investe nos EUA, as melhores opções no momento são os títulos do governo dos EUA, as Treasuries, de curto prazo. Isto é, com vencimento inferior a cinco anos.

4 – Oscilação cambial

Além de avaliar o cenário macro, ao alocar dinheiro no exterior, você precisa saber que seus investimentos sofrerão o impacto da valorização ou desvalorização do câmbio. O que pode ser visto como um risco, porém, também pode ser um grande atrativo. Isso porque, assim como a desvalorização da moeda pode prejudicar o rendimento da carteira, a valorização pode compensar eventuais perdas ou até potencializar ganhos.

5 – Prazo

Outra coisa que o investidor precisa ter em mente na hora de investir fora do Brasil é o prazo. “Investimento no exterior não é para curto prazo. Tem que ter planejamento. Além da própria oscilação dos ativos, existe o fator cambial envolvido, especificidades e até ativos para os quais não existe paralelo no Brasil”, explica Larissa.

Para ela, um bom prazo de retorno para ativos internacionais é um horizonte a partir de três anos. “Mas caso o investidor tenha um objetivo específico, como uma viagem ao exterior marcada, ele também pode deixar um dinheiro aplicado em renda fixa americana, com o prazo adequado. Assim, ele pode se proteger da oscilação da moeda e resgatar o dinheiro na ocasião desejada”, afirma ela.

6 – Veículos e tipos de ativos para investir no exterior

Atualmente, é possível investir tanto em ativos internacionais listados na bolsa brasileira, como ETFs e BDRs, quanto diretamente em ativos estrangeiros, por meio de corretoras ou contas internacionais de investimento.

“O investidor precisa saber o que faz sentido para ele. ETFs e BDRs são ativos listados na bolsa local que permitem ao investidor acessar alguns ativos estrangeiros daqui com menor custo, mas também com menor diversidade e possivelmente com menos liquidez comparado a ativos locais”, explica Larissa.

“Caso a pessoa tenha objetivos de longo prazo, ter uma conta internacional de investimentos pode fazer mais sentido, pois ela permitirá acessar ativos muito mais diversos. Cada opção tem seus prós e contras”, completa a especialista.

7 – Impostos

Investindo diretamente do Brasil para fora, os investidores terão que observar apenas as regras brasileiras de declaração e recolhimento de impostos. Entretanto, investindo no exterior, existem veículos que permitem adiar o pagamento do imposto, deixando para recolher o tributo apenas no momento de trazer o dinheiro de volta para o Brasil. Assim, o investidor pode reinvestir o lucro obtido e potencializar os ganhos.

“A questão tributária é algo que muitos investidores não observam na hora de investir no exterior e acabam tomando um grande susto na hora do resgate. Contar com a ajuda de um profissional para escolher não só o ativo adequado, mas também a melhor forma de acessá-lo pode fazer uma grande diferença no final”, explica Larissa Frias.

Quer saber mais sobre tributação de investimentos no exterior? Confira quais são os impostos e taxas que você vai pagar.

Mais motivos para investir no exterior em 2024

Confira abaixo mais 4 motivos para investir no exterior em 2024, de acordo com a especialista em estratégias de investimento no exterior e fundadora da Flap Capital, Daniella Rolim.

8 – Diversificação geográfica

A diversificação geográfica é uma ferramenta poderosa para reduzir a exposição ao risco associado à dependência exclusiva da economia brasileira.

“Distribuir seus investimentos em mercados e setores internacionais diferentes cria uma rede de segurança contra a volatilidade econômica. Mesmo diante de desafios em uma região específica, outros investimentos podem prosperar, proporcionando equilíbrio essencial”, ressalta Daniella.

9 – Proteção contra riscos locais

Manter todo o patrimônio no Brasil expõe os investidores a riscos políticos, econômicos e cambiais locais. Investir no exterior adiciona uma camada adicional de defesa contra esses fatores.

Assim, eventos adversos em território nacional têm um impacto reduzido no portfólio global. Isso, de acordo com Daniella Rolim, ajuda a preservar o patrimônio. Além disso, oferece uma perspectiva mais estável para um futuro financeiro mais saudável.

10 – Novas oportunidades de mercados em ascensão

O acesso a novas oportunidades é um ponto crucial destacado pela especialista da Flap Capital. Nesse sentido, investir internacionalmente permite capitalizar em tendências globais e diversificar em áreas com potencial de valorização significativo. Isso, defende ela, proporciona uma abordagem dinâmica para o crescimento do portfólio.

11 – Moeda forte e estabilidade ao investir no exterior

Investir em países com moedas fortes oferece estabilidade e proteção contra a desvalorização da moeda local, como o real. Em um cenário global volátil, ter ativos em dólar, por exemplo, é contar com um escudo contra flutuações cambiais. Assim, você preserva o valor dos investimentos e estabelece uma base sólida para enfrentar turbulências econômicas.

“Ao adotar uma abordagem global, não só se reduz os riscos associados à dependência de uma única economia, mas também se abrem portas para novas oportunidades de crescimento. Em meio ao cenário econômico dinâmico, investir no exterior pode ser a chave para um portfólio mais resiliente e bem-sucedido”, finaliza Daniella.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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