‘É preciso investir em dólar, ainda que aos poucos’, diz diretor do Itaú Unibanco
Ter uma parte da carteira de investimentos em dólar é uma estratégia que vem tomando corpo, tanto entre investidores, quanto de especialistas. “Tudo depende do horizonte de tempo e da diversificação da carteira do investidor. Mas é muito saudável ter dinheiro fora do Brasil”, afirma Eric Altafim, diretor de produtos e mesas corporate do Itaú Unibanco.
Altafim reforça, contudo, que a estratégia de ampliar seus investimentos para fora do Brasil depende também do seu perfil e objetivos. “Então, é interessante começar a fazer isso aos poucos, sendo sempre muito fiel ao seu planejamento”, diz Altafim.
Saber o que vai acontecer com o dólar – e qualquer outra moeda – é algo complexo e que virou até chacota no mercado financeiro. “A previsão do dólar veio para trazer humildade aos economistas”, afirma Altafim. Em geral, os especialistas erram a porcentagem de aumento ou queda e o tempo que uma dessas coisas aconteceria. Mas uma coisa é certa: é preciso dolarizar um pedaço – ainda que pequeno – dos investimentos.
Itaú é líder em transação com câmbio, segundo o BC
Em 2024, o Itaú Unibanco conquistou a liderança e se tornou o maior banco de câmbio do Brasil. A colocação foi divulgada pelo Banco Central (BC), com o banco transacionando US$ 241,825 bilhões em operações de câmbio primário no ano passado. Isso incluem importações, exportações e transferências para o exterior.
“Foi uma surpresa. A gente sabia que esta numa crescente, e ia buscar um segundo lugar honroso”, disse Altafim. “Em 2025 vamos investir ainda mais tecnologia para manter a liderança do mercado de câmbio.”
Assim, em câmbio comercial (com operações de importação e exportação), o Itaú tem participação de 19,7% do mercado. Seus clientes são 50 mil empresas de médio e grande porte.
Transação de dólar: tecnologia impulsiona a operação
Por traz dessa liderança está um forte aparato tecnológico. Só para se ter uma ideia, 70% das transações de câmbio do Itaú vêm de canais digitais. Além disso, 44% das operações são feitas de forma totalmente automatizadas, sem intervenção humana. Esse índice era de 25% em 2023.
De cara, o alto volume de dólar transacionado tem duas características para o cliente. “Uma é que o preço, que fica mais atrativo”, diz Altafim. A outra, conforme explica o executivo, é a experiência do cliente, que se torna o processo mais fácil. “Focamos em tecnologia para agilizar e integrar o processo como um todo.”
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