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Já é possível investir em jogadores via tokens lastreados
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Os tokens lastreados representam um ativo real
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O objetivo é popularizar o acesso a investimentos até então fechados a investidores milionários
Investir em ativos como jogadores de futebol, consórcios e precatórios parece ser coisa de milionário. Até é: esses mercados são dominados por investidores qualificados (aqueles que têm mais de R$ 1 milhão em carteira), mas isso está mudando. Os tokens lastreados prometem democratizar o acesso a investimentos caros e rentáveis, com a ajuda da tecnologia. O mercado vem crescendo e ganhando adeptos no Brasil, tanto que corretoras como Mercado Bitcoin e BitPreço já colocarm os tokens lastreados em portfólio.
O que são tokens lastreados?
Os tokens lastreados são representações digitais de ativos reais. Ou seja, para cada token sendo negociado, existe um ativo no mundo real que está sendo representado. Para “tokenizar” um ativo, é preciso registrar um smart contract (contratos que executam transações automaticamente, sem a necessidade de uma empresa ou governo) em uma rede blockchain. A Ethereum é a rede de blockchain mais usada para isto, mas outras, como Solana e BNB Chain estão crescendo nesse segmento.
Como funciona o investimento em jogadores de futebol
Para facilitar o entendimento, vamos a um exemplo prático: o mercado brasileiro de tokens lastreados já permite investir em jogadores de futebol. Funciona assim: quando dois clubes negociam um jogador, o time que revelou o profissional sempre tem direito a uma parte da transação pelo Mecanismo de Solidariedade da Fifa. Alguns clubes já permitem investir nisso.
Com pelo menos R$ 100, o investidor compra um token e quando um dos jogadores que fazem parte do negócio for vendido, o clube repassa uma parte da negociação para os investidores.
O Mercado Bitcoin vende o Vasco Token, que tem no pacote de negociações o meia Phillippe Coutinho, revelado pelo clube carioca e que hoje pertence ao Barcelona. Se o clube espanhol vender o jogador por R$ 82 milhões, quem comprou 100 tokens do jogador receberia R$ 369 na plataforma do MB, além de ter em mãos o valor do próprio token, que pode ser vendido a qualquer momento para outro investidor.
A tokenização democratiza os investimentos
Se lembra da informação de que os tokens lastreados são feitos a partir de smart contracts? Quando o clube que formou um atleta, no caso de Coutinho, o Vasco, recebe o dinheiro do Mecanismo de Solidariedade, a tecnologia permite que a parcela destinada aos investidores seja enviada automaticamente.
“Com a tokenização, conseguimos democratizar investimentos. Os tokens fragmentam os ativos, e o que antes era vendido por R$ 100 milhões, hoje pode ser negociado em frações de R$ 100”, diz Vitor Delduque, Diretor de Novos Negócios do MB Tokens.
Cruzeiro e Santos também terão seus tokens
Além do Vasco, Cruzeiro e Santos também firmaram parceiras para a criação de tokens lastreados em jogadores de futebol. “O token do Cruzeiro foi lançado há um ano por R$ 17,50 e hoje é negociado a R$ 18,50, e no caso da venda de um jogador, há distribuição de valor extra”, explica Ney Pimenta, fundador e CEO da BitPreço.
Consórcios e precatórios
Os consórcios são um dos ativos mais comuns no mercado de tokens lastreados. Cada token representa uma cota do consórcio, e pode ser negociado depois de 90 dias do lançamento, no caso dos disponíveis pelo Mercado Bitcoin, e quem quer sair do negócio pode optar por receber o dinheiro já investido no mesmo momento, com uma taxa de desconto.
No caso dos precatórios, o princípio é o mesmo: os investidores compram tokens que correspondem a uma fração da dívida do governo com uma pessoa ou empresa. A rentabilidade é conhecida antes da compra e começa em 14,50% no Mercado Bitcoin.
Um ponto importante para esse tipo de investimento é que os ganhos de capital de até R$ 35 mil com tokens são isentos de tributação.
Quais são os riscos dos tokens
É claro que esse tipo de investimento não está livre de riscos. Os investidores precisam, antes de qualquer coisa, saber que os ativos reais representados nos tokens podem se desvalorizar. O governo de um Estado pode dar calote em um precatório ou um jogador pode se machucar e se aposentar precocemente. Os ativos reais correm o risco de perder valor a qualquer momento.
Porém, um dos riscos ligados exclusivamente aos tokens lastreados é justamente a falta de lastro. Ou seja, quando o token não tem um ativo real por trás dele. Pimenta diz que os investidores precisam ter respostas para as seguintes questões, antes de investir:
- “O lastro realmente existe?”;
- “A empresa que está negociando o token é auditada por algum órgão?”;
- “Este é um projeto sólido?”.
Futuro dos investimentos
Para o Mercado Bitcoin, os tokens lastreados são parte do futuro dos investimentos e devem crescer nos próximos anos. “Nossa meta é disponibilizar R$ 600 milhões em ativos desse tipo em 2022. Já temos R$ 140 milhões e muitos clientes querendo tokenizar ativos”, conta Delduque.
A maior corretora de criptos do país quer lançar seis tokens por mês, com pelo menos quatro de tipos inovadores e dois dos modelos já tracionais, como consórcios e precatórios. “Queremos que as pessoas entendam como funciona esse ativo, que é como uma renda fixa digital”, afirma o executivo.
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