De Rocky Balboa a uma nova esperança: como ficarão os investimentos em 2024?

Projeção para os juros e Ibovespa mostra o que muda ao longo do ano que vem

Nos últimos dias, fiquei pensando qual seria a analogia mais apropriada para descrever o ano de 2023, para tentar visualizar como ficarão os investimentos em 2024. Passaram pela minha mente alguns livros e personagens, mas acabei percebendo que a melhor comparação poderia ser com os filmes do Rocky Balboa.

O primeiro filme da série foi lançado em 1976. Sylvester Stallone escreveu e e estrelou o filme, que recebeu o o título em português de “Rocky, um Lutador”.

O protagonista é Rocky Balboa. Rocky é um lutador amador que, por coincidências do destino, participou de uma luta com o campeão mundial dos pesos pesados, o badalado e ultraconfiante Apollo Creed (chamado de Apollo Doutrinador nas primeiras versões em português).

Trata-se de um filme sobre superação. Na obra, Rocky enfrenta enormes desafios físicos e emocionais na árdua tarefa de tornar-se apto para uma luta com o campeão. A luta acaba sendo extremamente difícil. Rocky apanha durante toda a luta. Mas ele consegue ir até o último round e, mesmo não conseguindo ganhar, acaba conquistando o respeito e a admiração de todos.

O filme acabou conquistando 3 Oscars. 2 deles, inclusive, dos mais cobiçados: o de melhor filme e o de melhor direção. E ainda acabou levando à criação de uma série de sequências, inspirando uma enorme quantidade de filmes no mais puro estilo “apanha, apanha, mas no final ganha”.

Uma análise sobre 2023 para entender os investimentos em 2024

A comparação com o ano de 2023 me parece mais do que justa.

No início do ano, acreditávamos num crescimento baixo; as projeções apontavam um número abaixo de 1%, com impactos em índices de desemprego crescente, a inflação ainda persistente e os juros em níveis extremamente elevados.

O ano acabou resultando em um crescimento perto dos 3%, com a inflação sendo controlada, o desemprego em níveis baixos e o Brasil sendo um dos primeiros países do mundo a iniciar o ciclo de corte de juros.

Tudo isso, mais a expectativa de que os juros podem ser cortados nos Estados Unidos antes do que acreditava o mercado, criou condições bastante interessantes nos dois últimos meses do ano. Isso provocou um importante rali nos ativos de risco.

Então, durante o ano, a luta foi dura: tivemos guerras, inflação persistente nos países desenvolvidos, medo de uma recessão em diversos locais.

Uma economia chinesa, que em determinados momentos, apresentava dificuldade em retomar o crescimento.

Pois é, o mercado apanhou, apanhou, mas acabou ganhando.

Bolsa acima do CDI

A rentabilidade da bolsa, pelo menos até o momento em que escrevo este artigo, supera em mais de 5 pontos o CDI.

Isso significa que a bolsa entregou uma rentabilidade que compensa o risco do mercado de ações.

Além disso, os índices americanos também desempenharam bem.

O dólar fechou em queda. E por aí vai.

O que deve acontecer com o mercado financeiro em 2024?

Para o ano que vem, a minha leitura é diferente.

Assim, entendo que ainda teremos juros reais bastante elevados para os investimentos conservadores, e mesmo apesar da valorização dos últimos meses, o índice Bovespa ainda se encontra em patamares baratos em relação ao lucro que as empresas geram.

Então, isso traz potencial de valorização que pode ser capturado pelos investidores de longo prazo, que têm perfil condizente com o nível de risco da classe.

Se for para chutar um nome para o filme do ano que vem, eu abandonaria a lógica do “apanha, apanha, mas no finalzinho ganha” e preferiria fazer uma homenagem aos inúmeros fãs de Star Wars, dentre os quais me incluo.

Acredito que será um ano positivo e, portanto, o nome mais adequado talvez seja: “Uma Nova Esperança”.

Aproveito para desejar a todos um feliz 2024, com excelentes e vitoriosos investimentos.