Small caps: por que investir em empresas pequenas e quais cuidados tomar
Será que você vai conseguir investir no próximo Magazine Luiza?
A Bolsa de Valores é um lugar de oportunidades – e disso ninguém duvida. Mas não são todos que conseguem explorar essas chances, principalmente quando as apostas precisam de muito tempo para dar certo. É o caso da small caps, ações de empresas menores que representam grandes oportunidades. Mas é preciso saber escolher.
O que são as small caps?
As small caps compõem o grupo de ações de empresas com menor valor de mercado na Bolsa de Valores. São consideradas small caps empresas com menos de US$ 1 bilhão em valor de mercado (para fazer o cálculo basta pegar a quantidade de ações da companhia e multiplicar pelo preço unitário do papel).
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Há ainda as mid caps e large caps. As large caps são ações de empresas avaliadas em mais de US$ 10 bilhões. É importante ressaltar que essa classificação não é sobre a qualidade das companhias, há boas empresas com pouco valor de mercado, enquanto outras maiores podem ser um péssimo negócio.
Vantagens
O principal atrativo do investimento em small caps é o potencial de crescimento dessas empresas. Qualquer companhia quer crescer e se tornar uma referência em seu setor, mas no caminho para isto precisa passar pela fase de empresa pequena.
“Geralmente essas empresas buscam o IPO para acelerar o crescimento, e o investidor pode acompanhar o crescimento da companhia com as ações subindo com os resultados”, explica André Zonaro, analista da Nord Research.
Unidas e PetroRio são exemplo de empresas que eram small caps em 2014 e hoje compõem o Ibovespa. O exemplo mais citado quando o assunto é crescimento de pequenas empresas é o do Magazine Luiza, que hoje é uma das maiores em valor de mercado do Brasil.
Quais são os riscos de se investir em small caps?
No mundo dos investimentos nenhum retorno vem sem riscos. Não são todas as empresas pequenas da Bolsa que têm o potencial de crescimento do Magalu. O maior risco que os investidores encontram nesse tipo de aplicação é a liquidez, ou seja: o risco de não conseguir vender ou comprar sempre que precisar.
Isso acontece porque essas empresas têm menor cobertura do mercado. Grandes fundos, casas de análise e a maioria dos investidores estão focados nas empresas maiores, já consolidadas e famosas, o que faz com que o volume de negociação das ações de small caps seja menor.
Há ainda o risco do resultado, já que essas são empresas que ainda não estão consolidadas e precisam provar muita coisa a seus investidores. Zonaro, da Nord, explica que as small caps são mais sensíveis a produtos que não deram certo e ao movimento da economia, já que a margem para erro é menor para elas.
Os critérios de escolha mudam?
Na renda variável há inúmeros instrumentos que servem a várias necessidades e carteiras. Cada um pede uma estratégia e tem critérios de escolha diferentes. Mas, para os analistas, a escolha de uma small cap não deve mudar na comparação com uma empresa maior.
“Buscamos sempre empresas que negociam abaixo do seu valor intrínseco. É preciso entender a empresa, seu setor e que poucas vão conseguir crescer de forma acelerada por muitos anos”, diz Rodrigo Wainberg, Head de Ações Brasil na Suno Research.
Como acompanhar as small caps?
Empresas menores têm, naturalmente, menor espaço na imprensa, redes sociais e até nas mesas de bar. Fica mais difícil de acompanhar o movimento delas, mas não impossível. O caminho clássico e recomendado por especialistas é pesquisar pela página de relação com investidores das empresas, onde elas colocam seus resultados trimestrais, fatos relevantes e comunicados ao mercado.
“Para quem não tem tempo ou conhecimento suficiente vale a pena assinar casas de análise ou seguir analistas em redes sociais. Muitos fazem comentários sobre elas”, conta Zonaro, que é um dos que usam as redes para repercutir notícias relacionadas às empresas listadas na Bolsa.