Em quais ativos os ricos investem?
Eles preferem o risco e também as ações conservadoras
Depois que o Ibovespa arrancou em julho e chegar em uma alta de 4,79%, em agosto o apetite a risco dos investidores voltou a subir, ainda que discretamente.
No mês, a participação de ações e outros tipos de aplicações (como criptomoedas) cresceu na carteira dos investidores, especialmente os mais ricos. Pelo menos é o que mostra o levantamento mensal da Smartbrain.
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A pesquisa foi feita com base na plataforma da empresa, que processa diariamente mais de 340 mil extratos de investimentos, somando mais de R$ 250 bilhões de patrimônio analisados.
O estudo observa carteiras de investidores dos segmentos do varejo (que têm uma participação de 28,81%), alta renda (41,02%), private (26,47%) e ultra high (3,7%). As categorias de investimentos englobam ativos como: ações, fundos de ações, fundos multimercados, de renda fixa e imobiliários.
Ricos voltaram a investir em ações
Segundo o levantamento, o percentual de ações na carteira do púbico mapeado teve uma leve alta em agosto, saindo de 12% para 12,31% na passagem do mês.
A parcela alocada em renda fixa, por sua vez, diminuiu. A participação saiu de 37,89% em julho para 36,66% em agosto. No mês passado, o mercado tinha expectativas que o ciclo de alta de juros no Brasil estivesse perto do fim, o que pode justificar o menor apelo por produtos desse tipo.
No começo de setembro, no entanto, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou que a autoridade monetária ainda não pensa na queda dos juros.
A política de juros impacta diretamente os produtos de renda fixa, uma vez que muitos deles têm seu rendimento atrelado à Selic. Portanto, se os juros ficam maiores, eles rendem mais. Caso caiam, o rendimento também fica menor.
O mesmo aconteceu com os fundos multimercados. Apesar de eles ainda representarem a maior parte da carteira desse público, a participação saiu de 39,87% em julho para 39,36% em agosto. A porcentagem alocada em previdência também caiu na passagem do mês, saindo de 6,3% para 6,2%.
Já a alocação em fundos imobiliários se manteve praticamente estável no período, saindo de 1,6% em julho para 1,58% em agosto.
Por fim, a categoria “outros tipos de investimento”, que engloba, por exemplo, as criptomoedas teve, assim como a das ações, uma alta. Em julho eles representavam 3,4%, já em agosto eram 3,88%.
As ações favoritas dos endinheirados
A lista de ações favoritas dos mais ricos, no entanto, inclui alguns papéis mais conservadores, como as produtoras de commodities Vale e Petrobras, que têm maior peso no Ibovespa, e a produtora de papel e celulose Suzano.
Algumas ações de prestadoras de serviços (chamadas de utilities) como a empresa de telefonia Telefônica e as companhias energia Taesa e EDP Brasil também apareceram na seleção.
Normalmente, por prestarem serviços fundamentais, essas empresas têm geração de caixa forte e também funcionam como uma proteção para a carteira.
A parte mais “ousada” da carteira, no entanto, fica por conta de ações internacionais como a da Amazon, da Meta (dona do Facebook) e do AliBaba.