Suzano espera maior equilíbrio entre oferta e demanda no mercado global de celulose

A companhia brasileira é a maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo

A relação entre oferta e demanda de celulose no mercado global em 2022 está caminhando para ser mais apertada do que se esperava e os fundamentos permanecerão positivos nos próximos meses, de acordo com o diretor de comercial celulose e gente e gestão da Suzano, Leonardo Grimaldi.

“Os atrasos na entrada de novos projetos são favoráveis [para os preços da fibra] e isso se alia às restrições logísticas que farão com que a celulose adicional leve mais tempo para chegar ao mercado. Portanto, devemos ter um mercado mais balanceado”, comentou o executivo, em teleconferência com analistas para comentar os resultados do quarto trimestre.

Grimaldi chamou a atenção ainda para o aumento das paradas não programadas em fábricas de celulose, na esteira da escassez de insumos. “Nossa análise é que em 2022 o cenário de oferta e demanda será mais positivo do que imaginávamos”, reiterou.

Somente no primeiro trimestre, conforme o executivo, 1 milhão de toneladas de celulose devem sair do mercado por causa de paradas inesperadas e programas para manutenção. O recrudescimento da pandemia, por sua vez, deve aumentar a pressão sobre a cadeia logística, acrescentou.

A maior demanda por fibra curta, que tem ganhado mercado sobre a fibra longa, e por fibra virgem, que tem sido cada vez mais utilizada em lugar da reciclada, também beneficiará os produtores neste ano.

“Os fundamentos continuarão muito favoráveis nos próximos meses”, ressaltou Grimaldi. Conforme o executivo, a Suzano teve sucesso na aplicação integral do aumento de US$ 30 por tonelada anunciado para o mercado chinês em janeiro e está confiante na implementação dos novos reajustes anunciados para fevereiro: US$ 50 por tonelada na Ásia, US$ 30 por tonelada na Europa e US$ 40 por tonelada na América do Norte.

De acordo com o executivo, os estoques de celulose seguiram em queda na Europa e na China e fontes de mercado indicaram à companhia que deve ter havido nova redução em janeiro na Europa. Na China, os estoques caíram mais 5% no mês passado, na esteira das restrições na cadeia logística e dos embarques menores de fibra brasileira para o país asiático.

No ano passado, a unidade de celulose da Suzano registrou o maior resultado operacional (Ebitda) ajustado da história, com R$ 21,44 bilhões. No quarto trimestre, os R$ 5,76 bilhões registrados representaram o melhor desempenho desde a fusão com a Fibria.

O negócio de papel da companhia também registrou resultado recorde em 2021 e no quarto trimestre, com aumentos de preço em todos os mercados e em toda a linha de produtos. De acordo com o diretor de papel e embalagens, Fabio Almeida, as vendas no quarto trimestre ficaram em linha com os níveis pré-pandemia. “Implementamos com sucesso todos os reajustes e anunciamos novos aumentos, que serão aplicados em março”, afirmou o executivo, acrescentando que a pressão inflacionária e restrições logísticas vistas nos últimos meses devem permanecer no curto prazo.

(Com informações do Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico)