Como montar uma carteira de investimentos apenas com títulos do Tesouro Direto?

Veja 3 passos essenciais para você virar credor do governo federal

Quer montar uma carteira de investimentos apenas com títulos do Tesouro Direto? É viável? E, se for, como fazer isso? Quem responde é Malu Nepomuceno, analista de Renda Fixa da Nord Research. Veja abaixo as orientações da especialista:

É possível montar uma carteira de investimentos apenas com títulos do Tesouro Direto?

De acordo com Malu, é claro que é possível. “O Tesouro oferece as três formas de remuneração da renda fixa”, diz ela. Isso porque, como sabemos, existe uma opção de aplicação pós-fixada, que é o Tesouro Selic, uma prefixada, que é o Tesouro Prefixado. E há ainda uma alternativa indexada à inflação, que é o Tesouro IPCA+. Com esta composição até que bem variada – ainda que em um mesmo tipo de título – você consegue ter um portfólio que olha para vários cenários.

Para que tipo de investidor essa carteira pode ser interessante?

A especialista acredita que esse tipo de carteira possa ser interessante para investidores iniciantes ou conservadores.

“Para o iniciante, pode ser boa alternativa porque o Tesouro tem uma plataforma simplificada, transparente, com muita informação, até vídeos explicativos como os títulos”, diz ela. Tudo isso, claro, pode orientar quem está começando a montar uma carteira de renda fixa.

Já para o investidor conservador, a vantagem é o baixíssimo risco. “Quando falamos em Tesouro Direto, estamos falando de ter o Governo Federal como devedor”, diz ela.

Ou seja, oferece muita segurança em troca de remuneração um pouco mais baixos do que os oferecidos por bancos, por exemplo.

Como montar uma carteira apenas com Tesouro Direto?

Malu destaca 3 passos essenciais para montar sua carteira com Tesouro Direto.

  1. Primeiramente, é preciso saber qual é o seu objetivo com a carteira. “Você quer criar uma reserva de emergência ou fazer investimento de longo prazo, por exemplo?”, diz ela.
  2. Também é importante entender como funcionam os títulos. É preciso saber, por exemplo, que o vinculado à Selic acompanha a taxa de juros. “Vale saber também que o Prefixado e o IPCA+ passam por marcação a mercado e que, portanto, podem não ser boas alternativas para uma reserva de emergência”, diz ela. Isso porque você pode perder dinheiro se tiver de fazer o resgate desses títulos em um momento de desvalorização.
  3. Por fim, o investidor deve sempre estar antenado ao cenário macroeconômico porque todos os títulos acompanham esses indicadores. “Quem está atento consegue ganhar mais com esses movimentos”, diz ela. Por exemplo, se você antecipar uma queda de juros, pode investir em títulos prefixados antes de o mercado precificar essa queda.

Qual o risco dessa estratégia?

“Os riscos são justamente o de marcação a mercado, especialmente Prefixado e IPCA+, e de alteração no cenário macroeconômico, que pode afetar de formas diferentes cada título”, diz a especialista.