Como se desenrolou uma das semanas mais agitadas da história recente dos mercados

Empresas citadas na reportagem:
A semana que se encerra nesta sábado (12) foi um teste para a saúde mental e cardíaca do investidor.
Nos Estados Unidos, epicentro do tumulto, os mercados registraram a maior alta em um dia desde a crise financeira de 2007-2008. O período mais volátil desde o colapso da Covid-19. Uma liquidação de títulos de renda fixa que elevou os rendimentos dos títulos do Tesouro americano. Houve ainda a escalada e posterior queda acentuada do dólar. E, por fim, a cotação do ouro batendo novos recordes.
Na sexta-feira, no entanto, uma das semanas mais caóticas em anos para os mercados financeiros terminou com os principais índices de ações globais no campo positivo.
Em Wall Street, o S&P 500 subiu 1,8% na sexta-feira, encerrando a semana com alta de 5,7%. O Nasdaq, que concentra boa parte das ações de tecnologia e não-financeiras, avançou 2,1%, com ganho semanal de 7,3%. O índice Dow Jones avançou 1,6% na sexta-feira, elevando sua alta semanal para 5%.
Do outro lado do mundo, os mercados também fecharam a semana no positivo, apesar de terem registrado perdas no decorrer da semana. No acumulado da semana, o Nikkei (índice de ações do Japão), o Kospi (Coreia do Sul), o Hang Seng (Hong Kong) e o Xangai Composto (China continental) subiram de 1% a 3%.
No Brasil, o dia seguinte ao anúncio da suspensão por 90 dias da cobrança de tarifas para outros países trouxe um alívio aos mercados. Depois de uma nova queda do Ibovespa na quinta-feira (10), o principal índice de ações da bolsa brasileira encerrou a semana em alta de pouco mais de 1% – ainda abaixo do patamar registrado no início da guerra tarifária.
Ainda assim, a desvalorização dos papéis das companhias brasileiras foi gigantesca até aqui.
Desde o dia 2 de abril, data em que o presidente dos EUA Donald Trump comunicou o tarifaço, dando início ao sobe e desde de mercado, as empresas listadas na B3 perderam juntas mais de R$ 100 bilhões em valor de mercado. A Petrobras (PETR4), a maior empresa do país, lidera as perdas.
Isso porque houve queda acentuada nos preços do petróleo. A derrocada na cotação da commodity vem levando investidores a se perguntarem se a Petrobras conseguirá manter sua política de pagamento de dividendos, mesmo às custas de aumentar seu nível de endividamento. Segundo o Itaú BBA, por enquanto a companhia tem folga para fazer isso.
Em relatório de sexta-feira (11), o time de análise do setor de óleo e gás do banco, liderado por Monique Natal, desenhou alguns cenários possíveis.
Neste vai e vem, a cotação do dólar comercial, que estava perto de R$ 5,60 na semana passada, chegou a quase R$ 6 essa semana. Nesta sexta-feira (11), fechou o dia a R$ 5,87 – uma queda de 0,46%.
E você, investidor?
Ao longo da semana, reportagens da Inteligência Financeira buscaram trazer insights para o leitor sobre o que fazer neste momento.
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100 dias de Donald Trump
Para ajudar o investidor a navegar neste mar de incerteza e volatilidade dos ativos, a Inteligência Financeira começou, no início de abril, uma série de entrevistas em vídeo e texto com atores importantes do mercado financeiro.
A proposta é avaliar e colher aprendizados dos primeiros 100 dias de Donald Trump.
Na entrevista de domingo (13) fomos ao Rio de Janeiro conversar com Andrew Amadeo, economista chefe da Gávea Investimentos, a gestora de Armínio Fraga.
Para ele, os primeiros 100 dias de Trump estão sendo muito piores do que o pior dos cenários imaginados pelos economistas e pelos investidores antes de sua posse na presidência dos Estados Unidos. Você confere a entrevista completa, em texto e vídeo, aqui no site. Entra às 7h do domingo (13).
Edward Amadeo, que foi ministro do Trabalho de Fernando Henrique Cardoso entre os anos de 1998 e 2001, foi entrevistado pelo PodInvestir, podcast original da Inteligência Financeira.
Confira abaixo o primeiro episódio da série 100 dias de Donald Trump, com Bruno Serra, ex-diretor do BC e atual gestor dos fundos Janeiro.