Suspensão das tarifas de Trump para eletrônicos faz Ibovespa subir 1,39%; dólar cai 0,34% e vai a R$ 5,85
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Sinalizações mais positivas vindas do exterior potencializaram os ganhos do Ibovespa na sessão e fizeram o índice fechar em alta firme nesta segunda-feira, com um avanço de 1,39%, aos 129.454 pontos, oscilando entre os 127.683 pontos e os 129.955 pontos.
A suspensão temporária das tarifas recíprocas sobre eletrônicos, anunciada pelos Estados Unidos, deu o primeiro impulso, ao promover um movimento mais favorável a ativos de risco ao redor do mundo ao longo do dia.
Ibovespa hoje
Na sequência, diretores do Federal Reserve (Fed, banco central americano) aventaram sobre a possibilidade de um ciclo de corte de juros mais intenso nos EUA, caso o governo adote uma política tarifária mais dura, o que provocou uma queda mais intensa dos juros futuros e ajudou a ampliar os ganhos do Ibovespa.
Segundo operadores, indícios de compras de investidores estrangeiros também podem ter ajudado o índice na sessão.
As ações da Petrobras encerraram com movimento misto: as ordinárias fecharam em alta de 0,21%, enquanto as PN terminaram em queda de 0,38%.
Quando isso ocorre, participantes citam que pode ter ocorrido compra de investidores internacionais, já que os recibos de ações negociados em NY (ADRs) do papel ordinário da petroleira tende a ser mais líquido.
A sessão também foi de avanço das ações da Vale, que subiram 1,30%.
Já as units do BTG Pactual foram o destaque entre as blue chips, com uma alta de 2,41%.
Entre todas as ações do Ibovespa, a maior alta foi registrada pelos papéis da Azul, que tiveram ganhos de 12,33%. A aérea vai realizar uma oferta de ações que pode movimentar até R$ 4,1 bilhões.
Já na ponta contrária, os papéis da Minerva lideraram as perdas, no valor de 2,87%.
O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 16,6 bilhões e de R$ 21,5 bilhões na B3.
Dólar hoje
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O dólar comercial registrou queda contra o real, em um dia em que os ativos de risco buscaram recuperação, após forte depreciação na última semana.
Ainda que o otimismo tenha surgido por conta de um recuo do presidente americano, Donald Trump, em tarifar produtos eletrônicos, alguma incerteza permaneceu no radar.
A retomada do real foi mais contida comparada a seus pares, seja porque há preocupação com o ambiente doméstico, em especial com a questão fiscal, seja pela fraqueza de preços de commodities.
Encerradas as negociações, o dólar à vista registrou queda de 0,34%, cotado a R$ 5,8512, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,8280 e batido na máxima de R$ 5,8741.
Já o euro comercial recuou 0,25%, a R$ 6,6412.
No exterior, perto das 17h10, a moeda americana recuava 0,86% ante o peso mexicano e 1,49% contra o rand sul-africano.
Já o índice DXY, que compara o dólar a uma cesta de outras seis divisas fortes, exibia desvalorização de 0,42%, aos 99,684 pontos.
Bolsas de Nova York
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As principais bolsas de Nova York fecharam em alta nesta segunda-feira (14), na medida em que ações ligadas ao setor de tecnologia se beneficiam do recuo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não irá incluir smartphones, equipamentos para a fabricação de chips e certos computadores nas tarifas recíprocas.
No fechamento, o índice Dow Jones subiu 0,78%, aos 40.525,13 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,80%, aos 5.406,03 pontos, e o Nasdaq teve alta de 0,64%, aos 16.831,48 pontos.
Os setores de tecnologia (0,63%) e saúde (1,18%) foram dois dos melhores desempenhos hoje.
As ações da Apple foram uma das mais beneficiadas com o recuo de Trump, subindo 2,21% no fechamento.
Os American Depositary Receipts (ADRs) da chinesa PDD Holdings também tiveram um dos melhores desempenhos, com avanço de 4,73%. Os papéis da Intel (2,89%) também tiveram forte alta. A farmacêutica AstraZeneca teve bom desempenho (2,61%).
Vale mencionar, no entanto, que o bom humor com relação ao recuo de Trump pode ser temporário.
O secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, alertou que, apesar dos itens de tecnologia estarem fora das tarifas recíprocas, eles estarão incluídos nas tarifas sobre os semicondutores, que provavelmente entrarão em vigor nos próximos dois meses.
Ainda assim, os recorrentes recuos de Trump na aplicação de sua política comercial foram suficientes para um maior apetite dos investidores para ativos de risco.
“O risco de um acidente financeiro a curto prazo diminuiu”, disse a BlackRock, em nota. A gestora disse que agora está ampliando o horizonte tático de três para seis a 12 meses, revertendo sua decisão da semana passada.
“Também renovamos nossa posição de compra em ações americanas e japonesas. As ações americanas são sustentadas pelo tema da IA, lucros corporativos resilientes e uma economia sólida até o momento”, disse a gestora.
Mesmo com a melhora no cenário, a BlackRock ainda prevê volatilidade nos ativos de risco e reversões potencialmente acentuadas.
Bolsas da Europa
As principais bolsas europeias fecharam esta segunda-feira (14) em um movimento de forte alta, na medida em que as tensões comerciais têm diminuído, especialmente após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que irá excluir smartphones, equipamentos para a fabricação de chips e certos computadores das tarifas recíprocas.
Além disso, os agentes financeiros ficam à espera da decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre política monetária na quinta-feira (17).
No fechamento, o índice Stoxx 600 teve alta de 2,78%, aos 500,34 pontos.
O FTSE 100, da Bolsa de Londres, avançou 2,17%, aos 8,136.87 pontos, o DAX, de Frankfurt, subiu 2,93%, aos 20,970.30 pontos, e o CAC 40, de Paris, anotou valorização de 2,61%, aos 7,290.04 pontos.
Para Carsten Brzeski, chefe global de macroeconomia do ING, as tarifas americanas obrigarão o BCE a continuar o movimento de flexibilização monetária, na medida em que as preocupações sobre desaceleração econômica na zona do euro voltaram a ser ventiladas após o dia 2 de abril.
“Olhando para o futuro, há pelo menos dois desafios principais para o BCE. As tensões comerciais em curso, bem como um elevado nível de incerteza, podem forçar o BCE a cortar as taxas de juro mais do que gostaria. Ao mesmo tempo, o fortalecimento da taxa de câmbio do euro, não apenas em relação ao dólar, exercerá maior pressão desinflacionária sobre a zona do euro”, disse.
Além disso, o chefe de comércio da União Europeia, Maros Sefcovic, se encontrará com representantes dos Estados Unidos em Washington hoje para negociar uma trégua na guerra comercial entre os americanos e os europeus.
Sobre o recuo de Trump, vale mencionar que o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, alertou que, apesar dos aparelhos estarem fora das tarifas recíprocas, eles estarão incluídos nas tarifas sobre os semicondutores, que provavelmente entrarão em vigor no decorrer dos próximos dois meses.
Com informações do Valor Econômico
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