Presidente da Caixa deve deixar o cargo após denúncias de assédio sexual

Pedro Guimarães é alvo de investigação do MPF

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, deve deixar o posto após a revelação, nesta terça-feira (28), de diversas denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias do banco ao site “Metrópoles”. Segundo fontes, tão logo as denúncias vieram à tona, membros do núcleo político do governo e da campanha à reeleição passaram a pressionar o presidente Jair Bolsonaro a demitir o executivo, argumentando que a situação de Guimarães se tornou “insustentável”.

Bolsonaro teria concordado, e no Palácio do Planalto a saída era dada como certa. Ainda se discutia nesta terça se Guimarães seria exonerado ou se pediria licença do cargo. As denúncias estouraram enquanto o presidente voava de volta a Brasília, após uma cerimônia em Maceió. Guimarães, que discursou no evento, estava no avião presidencial. Após pousarem, Bolsonaro e o executivo permaneceram por mais de uma hora na Base Aérea de Brasília, onde teriam conversado sobre o assunto.

A reportagem do site tem como base relatos de mulheres que trabalham ou atuaram em equipes que servem diretamente ao gabinete do executivo. As denúncias levaram à abertura de uma investigação, sob sigilo, no Ministério Público Federal (MPF). Procurada pelo Valor, a Caixa não se pronunciou. O Palácio do Planalto tampouco havia se pronunciado.

Presidente da Caixa desde o início do governo, Guimarães é um dos aliados mais próximos do presidente. Sua gestão tem sido marcada por viagens pelo país, participando de eventos com políticos e da abertura de agências. Por volta das 23h20 desta terça, a Caixa informou que o pronunciamento e a entrevista coletiva sobre a estratégia do Ano Safra 2022/2023, previstos para quarta (29), foram cancelados.

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