Nobel de Economia diz estar ‘muito otimista’ com Lula III

Joseph Stiglitz, economista vencedor do Nobel, chama política econômica do governo Bolsonaro de desastrosa e se diz 'muito otimista' com Lula

Chamando de desastrosa a política econômica do governo de Jair Bolsonaro (PL), o prêmio Nobel de Economia e professor da Universidade de Columbia Joseph Stiglitz disse estar “muito otimista” com o novo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O economista afirmou que há problemas herdados, como o do desmatamento, mas que a mudança traz “muito de otimismo”.

“Estou muito otimista. Vocês estão começando de uma base baixa. A política econômica prévia era um desastre. Qualquer um que olhe para a transição entre Bolsonaro e Lula ficará muito otimista”, afirmou o economista, após participar nesta segunda-feira (20) do seminário “Estratégias de desenvolvimento sustentável para o século XXI”, promovido por Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na sede do banco, no Rio.

Nobel de Economia elogia Lula I e II

Stiglitz elogiou os dois governos anteriores de Lula – “muito bons economicamente”, mas ressaltou que a situação mundial hoje é mais difícil.

“E quando você tem um presidente anterior que foi especialmente ruim você herda problemas. E alguns [dos problemas] têm raízes profundas. O desmatamento e os problemas na Amazônia não vão se resolver da noite para o dia. As árvores não crescem da noite para o dia, os prejuízos são de longo prazo”, disse.

O Nobel de Economia mencionou, por exemplo, a redução da desigualdade no país durante os mandatos de Lula, enquanto no resto do mundo registrou aumento naquele período. Ele também afirmou que tem boas expectativas em relação ao futuro, com políticas como o aumento do salário mínimo, que podem ajudar a melhorar a distribuição de renda no país.

“É uma visão que claramente não existia antes. É o começo de uma estratégia sobre o que fazer sobre isso. Há muitas boas instituições, que obviamente foram prejudicadas, mas que podem voltar, como o BNDES e as políticas industriais ativas”, disse.