Lula deve seguir posição de Marina sobre exploração de petróleo na foz do Amazonas

Com isso, a estatal deverá apresentar um outro pedido para que o plano possa ser levado adiante

Empresas citadas na reportagem:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá seguir a posição da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do Ibama, que negou na semana passada um pedido da Petrobras para exploração de petróleo em uma área próxima à foz do rio Amazonas, disse ao Valor uma fonte do primeiro escalão do governo com conhecimento do tema. Assim, a estatal deverá apresentar um outro pedido para que o plano possa ser levado adiante.

Ao negar o pedido, o Ibama apontou que o plano da estatal carece de garantias para a fauna em caso de possíveis acidentes com vazamento de petróleo. Além disso, segundo o Ibama, há lacunas quanto aos impactos previstos em três terras indígenas em Oiapoque.

“A posição [do governo] é a posição que a Marina expressou. A licença foi negada, a Petrobras pode apresentar outro pedido, respondendo inclusive aos questionamentos que foram feitos na negativa do primeiro”, disse a fonte. “Eventuais outras solicitações deverão levar em conta a portaria de 2012 que fala sobre empreendimentos de potencial consequência ambiental. Aquele pedido foi negado, mas a Petrobras pode apresentar outro. E outros também podem apresentar seus pedidos de licença.”

A exploração de petróleo colocou em rota de colisão dois diferentes grupos dentro do governo. De um lado, Marina Silva e o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, mostram-se contrários ao projeto. De outro, o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendem o plano. Nesta terça-feira, os quatro estiveram reunidos no Palácio do Planalto com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que tem atuado como mediador do conflito.

O tema também gera impactos na base do governo no Congresso Nacional. A negativa do Ibama irritou o senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e tido como fundamental para uma aproximação de seu partido com o Planalto. Também agravou a ruptura do senador Randolfe Rodrigues, também do Amapá, que anunciou sua saída da Rede, de Marina Silva, na semana passada.

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