Mobilização dos Estados com rejeição ao PT e voto envergonhado em Bolsonaro explicam diferenças nas pesquisas, diz CEO da Atlas
Uma mobilização acima do esperado em estados com histórico de rejeição ao PT e “voto envergonhado” ajudam a explicar o desempenho melhor que o esperado do presidente Jair Bolsonaro em relação ao que traziam as pesquisas de opinião até ontem, avalia o CEO da Atlas Intelligence, Andrei Roman.
Ponderando que o resultado final da eleição ainda não é conhecido e que ainda há espaço para movimentações nas votações de cada candidato, Roman destaca que, neste primeiro turno, surpreendeu a votação do atual presidente nas regiões Sul e Sudeste, em especial, no Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.
“Me parece que houve uma maior mobilização do eleitorado bolsonarista nesses Estados em relação ao eleitor de centro. Esses três Estados parecem ter uma característica em comum: a maior rejeição ao PT. Então, por mais que exista uma rejeição ao Bolsonaro, é mais difícil de mobilizar esse eleitor de centro, centro direita, em direção ao Lula. O fato de ter tido candidatos de terceira via tão fracos talvez tenha ajudado esse eleitor a não se mobilizar para votar”, diz Roman.
Na sexta-feira, a pesquisa da Atlas trazia o candidato do PT com 50,7% dos votos válidos, contra 41% de Bolsonaro, neste primeiro turno.
Roman afirma ainda que existe ainda uma subestimação sistemática do eleitorado de maior renda, por conta da não calibragem das pesquisas, em especial as de institutos mais tradicionais. “Além disso, acredito que tenha ocorrido um viés de interação humano, que é o voto envergonhado. Me parece que foi um fator muito importante para Bolsonaro neste ciclo”, diz.
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