Debate Band: Lula teve mais menções positivas; Bolsonaro ficou à frente só no terceiro bloco, diz Quaest

Análise mostrou também que temas como Complexo do Alemão, crianças e desmatamento estiveram em alta nas redes sociais durante o confronto entre os candidatos à Presidência

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), teve mais menções positivas nas redes sociais durante o debate da TV Band, neste domingo. Segundo dados da consultoria Quaest, o petista foi tema de mais comentários favoráveis que o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e esteve melhor nos dois primeiros blocos do embate. O candidato à reeleição, no entanto, reagiu e passou à frente no final, sendo o mais “bem falado” no último bloco do confronto.

O levantamento contabilizou as citações em sites, blogs, Facebook, Instagram e Twitter sobre os dois candidatos durante todo o debate. Na média final, Lula foi citado positivamente em 44,5% das postagens contra 36,5% sobre Bolsonaro. O confronto entre os candidato teve grande repercussão na internet, com quase 550 milhões de interações sobre o tema entre 17h e 23h, sendo mais de 3,5 milhões de postagens no Twitter.

“Foi um debate muito tático. Lula buscou ampliar a rejeição de Bolsonaro com COVID e Fake News, Bolsonaro buscou ampliar a rejeição de Lula com corrupção e ditaduras de esquerda pela América Latina. No geral, Lula levou vantagem por ter conseguido vencer os primeiros blocos, embora tenha perdido feio o último”, analisa o diretor do instituto de pesquisas Quaest, Felipe Nunes.

No primeiro bloco, ao usar grande parte do tempo para questionar a atuação de Jair Bolsonaro durante a pandemia de Coronavírus, Lula saiu na frente, com 43% de menções positivas contra 39% de Bolsonaro. Nas redes, no entanto, o tema de maior repercussão entre os internautas durante os primeiros 20 minutos de embate foi a visita do ex-presidente ao Complexo do Alemão, na última semana. Após o petista usar um boné com a sigla ‘CPX’ durante a agenda na comunidade, que significa Complexo, apoiadores de Jair Bolsonaro usaram a imagem para divulgar desinformação ligando o petista a facções criminosas.

Nuvem de palavras do primeiro bloco. Fonte: Quaest. Foto/Arte: Reprodução

No segundo bloco, Lula permaneceu à frente nas comentários favoráveis, aumentando a distância entre os candidatos. O petista foi citado de forma positiva em 46% das postagens, enquanto Bolsonaro teve apenas 34% de boas menções. O bloco abordou temas como pedofilia, a transposição do Rio São Francisco e a atuação de Tarcísio de Freitas, candidato ao governo do estado de São Paulo e aliado de Bolsonaro, no governo da ex-presidente Dilma.

Bolsonaro enalteceu decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, que determinou a remoção de vídeos da campanha de Lula que reproduziram fala do chefe do Executivo sobre venezuelanas, para afirmar que não dissemina fake news e rebater as acusações de pedofilia. Bolsonaro destacou trechos da decisão que afirmam que as postagens se “descolam da realidade por meio de inverdades” e que as falas estavam “descontextualizadas”. O tama acabou dominando as citações nas redes durante o segundo bloco.

Nuvem de palavras do segundo bloco. Fonte: Quaest. Foto/Arte: Reprodução

O levantamento da Quaest mostra ainda que Bolsonaro reagiu no terceiro bloco, virando o jogo a seu favor. Ele termina o embate com 51% de comentários favoráveis contra 39% de Lula. O atual presidente foi melhor ao tratar de temas como a corrupção durante os governo do PT e de desmatamento.

Após Lula levantar o tema, ao pedir para Bolsonaro explicar o desmatamento na Amazônia, o atual presidente pediu para que os telespectadores procurassem no Google dados sobre a questão ambiental, afirmando que preservou mais a Amazônia do que o governo petista.

“Dá um Google em casa aí. Desmatamento de 2003 a 2006. Quatro anos do governo Lula. Depois, dá um Google: desmatamento, Jair Bolsonaro, 2019 a 2022. No seu governo foi desmatado mais do dobro do que no meu”, afirmou o presidente diante de Lula, que riu da declaração.

O ex-presidente respondeu que adotou medidas para reduzir a derrubada da floresta:

“Pode dar um Google, pode dar que você quiser. Quando eu ganhei as eleições, tinha um desmatamento de 27 mil quilômetros. Caiu para quatro mil quilômetros.”

O embate acabou colocando a questão da Amazônia entre os temas mais comentados nas redes sociais.

Nuvem de palavras do terceiro bloco. Fonte: Quaest. Foto/Arte: Reprodução

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