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Secretário do governo Lula critica fim da política de checagem nas redes sociais da Meta
O secretário de Políticas Digitais do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), João Brant, usou as redes sociais para criticar a decisão de Mark Zuckerberg de acabar com o sistema de checagem de fatos das redes sociais da Meta, algo visto como um aceno ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Brant está lotado na Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom).
Em sua conta no LinkedIn, o secretário escreveu que as mudanças anunciadas pela Meta darão “total peso à liberdade de expressão individual”, deixando de “proteger direitos individuais e coletivos”. As medidas, disse ele, abrem espaço para o “ativismo de extrema direita”.
“O anúncio feito hoje por Mark Zuckerberg antecipa o início do governo Trump e explicita aliança da Meta com o governo dos EUA para enfrentar União Europeia, Brasil e outros países que buscam proteger direitos no ambiente on-line (na visão dele, os que ‘promovem censura’)”, disse Brant.
“Facebook e Instagram vão se tornar plataformas que vão dar total peso à liberdade de expressão individual e deixar de proteger outros direitos individuais e coletivos. A repriorização do ‘discurso cívico’ significa um convite para o ativismo da extrema-direita reforçar a utilização dessas redes como plataformas de sua ação política”, acrescentou.
Diretor-presidente da empresa que controla Facebook e Instagram, Zuckerberg divulgou um vídeo, nesta terça-feira (7), anunciando a remoção das agências de checagem profissional e a adoção de um sistema de notas da comunidade, como já ocorre na rede social X, de Elon Musk, que integrará o governo Trump.
No vídeo, Zuckerberg criticou a existência de “tribunais secretos” na América Latina que “ordenam remoção silenciosa de conteúdos nas redes sociais”. A remoção de conteúdos foi pivô de um embate direto entre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a rede social X.
“É uma declaração fortíssima, que chama tacitamente o STF de ‘corte secreta’, ataca de maneira absurda os checadores de fatos (dizendo que eles ‘mais destruíram do que construíram confiança’ nas plataformas) e questiona publicamente o viés da própria equipe de ‘trust and safety’ da Meta – numa justificativa para fugir da legislação californiana”, afirmou.
Brant disse ainda que a Meta “vai atuar politicamente no âmbito internacional de forma articulada com o governo Trump para combater políticas da Europa, do Brasil e de outros países que buscam equilibrar direitos no ambiente online”.
“A declaração é explícita, sinaliza que a empresa não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital e soa como antecipação de ações que serão tomadas pelo governo Trump”, afirmou.
Ele disse também que a Meta “vai asfixiar financeiramente as empresas de checagem de fatos, o que vai afetar as operações delas dentro e fora das plataformas”.
*Com informações do Valor Econômico
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