Mercado de fusões segue ativo, mas cortes na geração renovável pressionam margens, diz João Fruet

Mesmo em cenário mais complicado para as empresas de geração renovável no Brasil, marcado pelos cortes na geração eólica e solar impostos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o diretor de negócios corporativos e banco de investimento do Banco do Brasil, João Fruet, avalia que o mercado de fusões e aquisições no Brasil seguirá ativo, porém com margens mais reduzidas.

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Conhecidos no jargão do setor como “curtailment”, os cortes ocorrem por três motivos: falta de infraestrutura de transmissão, como linhas danificadas ou atrasadas, em que o gerador pode ser ressarcido por não ser responsável pelo problema; quando as linhas de transmissão atingem o limite de capacidade e a energia não pode ser escoada; e o excesso de oferta em relação à demanda. Nos dois últimos casos, não há direito a compensação.

“Quem possui um ativo enfrenta um dilema, com um gosto amargo ao considerar a venda. A precificação, muitas vezes, será tão achatada e complexa que o empreendedor acabará se desfazendo do ativo mesmo em condições desfavoráveis. Isso ocorre porque ele enxerga uma oportunidade de reinvestir os recursos em outro projeto, capaz de alavancar retornos mais atrativos”, disse Fruet, durante o Latin America Investment Conference 2025, evento promovido pelo banco UBS BB, nesta terça-feira (28), em São Paulo.

Apesar de o mercado de capitais estar mais parado no momento, o segmento de energia tem se descolado com movimentos importantes de reciclagem de capital. Contudo, os cortes de geração estão elevando a percepção de risco sobre as empresas de energia renovável no Brasil. Essa situação já impacta o valor de mercado das companhias e prejudica sua capacidade de captar recursos, segundo avaliação de bancos e instituições financeiras.

De acordo com Fruet, ainda é cedo para uma leitura definitiva do mercado, pois múltiplos fatores podem influenciá-lo, como o impacto do “Fator Trump” nos EUA, a volatilidade do câmbio, as altas taxas de juros e a reação dos mercados a esses eventos. O “curtailment” contribui com mais alguma incerteza para o mercado, frisa o executivo.

*Com informações do Valor Econômico

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