Governo não vai aceitar aumento abusivos de passagens com fusão Gol/Azul, diz ministro

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou nesta quinta-feira (16) que não aceitará aumento “abusivos” do preço das passagens aéreas no Brasil como resultado da possível integração das operações entre companhias prevista no memorando de entendimento assinados pela Azul e pela Abra, holding que controla a Gol.

Em balanço de gestão feito com jornalistas, o ministro disse que é preciso aguardar a manifestação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que deve analisar os riscos desse movimento de concentração do mercado. Ainda assim, fez comentários sobre o tema.

Mesmo afirmando que não irá admitir aumento de preços, Costa Filho assegurou que o governo não irá fazer intervenção no mercado. “O que a gente tem feito desde o primeiro momento é um trabalho de sensibilização”, disse o ministro, sobre a interação feita com o setor para resolver problemas que impactam os preços das passagens.

Costa Filho disse que, na próxima semana, vai receber os presidentes das companhias aéreas brasileiras. Ele voltou a admitir que o mercado de aviação comercial no Brasil é concentrado, citando que 98% do setor estão nas mãos de três companhias (Latam, Gol e Azul).

Mesmo com a constatação de que três empresas aéreas dominam o setor, o ministro afirmou que não vê risco se confirmada a fusão das operações da Gol e Azul. A previsão é, se o negócio sair, as duas empresas vão responder por 60% do mercado nacional.

Durante a entrevista a jornalistas, Silvio Costa chegou a dizer que o desenho da transação indica que a operação conjunta das duas companhias deve funcionar tão bem como uma “federação partidária”, citando partidos que se unem para se fortalecer, mas preservam uma “governança interna” individual.

Sobre os eventuais aspectos positivos, o ministro afirmou que a operação conjunta entre Gol e Azul, que tende a preservar a separação das marcas na frente de comercialização de passagens, deve ampliar a malha aérea em operação no país, com mais aeronaves atendendo mais destinos.

Para o titular da pasta de Portos e Aeroportos, a negociação entre os dois grupos não deve prejudicar o negócio da Latam, que, para ele, “está vivendo excelente momento”. Ele disse ainda que a atuação em países da América do Sul confere “grande sustentabilidade” à empresa concorrente.

*Com informações do Valor Econômico

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