Elon Musk pode comprar o TikTok nos Estados Unidos? Negócio entra no radar do mercado

Aplicativo de vídeos curtos está perto de ser proibido no país

Oficiais chineses, diante da iminente proibição do TikTok nos Estados Unidos, discutem internamente opções, incluindo a possibilidade de permitir que um empresário confiável, como Elon Musk, invista ou assuma o controle das operações no país, segundo pessoas familiarizadas com as discussões.

A China protestou contra uma lei que proibiria o TikTok no país, a menos que sua controladora ByteDance, com sede em Pequim, se desfaça das operações nos EUA. Na semana passada, a Suprema Corte indicou inclinação para permitir que a lei entre em vigor, o que está previsto para este domingo (19).

Não está claro se os oficiais chineses apresentaram a ideia envolvendo Musk à liderança superior do país.

A lei é uma das muitas questões que estão tensionando as relações entre os EUA e a China antes da posse de Donald Trump, marcada para 20 de janeiro. Segundo as fontes, a liderança em Pequim vê a abertura em relação ao TikTok como uma possível carta a ser jogada, já que são esperados confrontos sobre tarifas e outras questões.

Trump declarou que deseja encontrar uma maneira de permitir que o TikTok permaneça nos EUA.

Até o momento, as discussões entre os oficiais chineses concluíram que seria melhor deixar a proibição entrar em vigor e manter o TikTok sob o controle da ByteDance, para que as negociações possam continuar após a posse de Trump.

Na preparação de um “kit de ferramentas” para possíveis opções após a posse, os funcionários consideraram a abertura para um acordo com Musk, um dos aliados mais próximos de Trump, disseram as fontes. A Tesla, fabricante de veículos elétricos comandada por Musk, possui uma fábrica em Xangai, e a China é um dos seus maiores mercados.

Musk tem se encontrado frequentemente com altos oficiais chineses e expressado opiniões favoráveis sobre o país e sua liderança. Ele também é proprietário do X, outro aplicativo de mídia social.

Ainda assim, qualquer disposição para fazer um acordo contraria a posição dos líderes chineses de que é necessário resistir ao que consideram uma lei americana inaceitável.

“É pura lógica de ladrões tentar, por todos os meios, roubar dos outros todas as coisas boas que eles têm”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores no ano passado.

O governo chinês não comunicou à ByteDance sobre os planos de contingência que considerou, disseram as fontes. Pequim não ordenaria que a ByteDance vendesse o aplicativo a um investidor específico, mas desempenha um papel essencial nas discussões, já que os controles de exportação da China exigem aprovação governamental para a venda de algoritmos desenvolvidos localmente a entidades estrangeiras.

O núcleo do TikTok é o algoritmo contendo o código de software originalmente desenvolvido pela ByteDance, que determina o que os usuários desejam assistir e entrega conteúdo relevante.

Nos últimos meses, funcionários chineses perguntaram à ByteDance sobre seus planos para responder à lei dos EUA. Funcionários da ByteDance responderam que estavam focados na batalha legal e confiantes de que venceriam, sem mencionar outros planos de contingência, como uma possível venda, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

O envolvimento potencial de Pequim em um acordo para ajudar o TikTok a evitar a proibição nos EUA poderia minar a afirmação da empresa de que opera de forma independente das autoridades chinesas.

“Para alguns, um movimento oficial para proteger o TikTok poderia sugerir que o Partido Comunista ou o governo chinês têm algum interesse específico na empresa”, disse Ja Ian Chong, professor da Universidade Nacional de Cingapura que estuda a política externa chinesa. “Isso poderia alimentar o debate sobre se o TikTok é uma ferramenta de Pequim.”

O TikTok argumenta que a lei dos EUA viola as proteções da Primeira Emenda sobre a liberdade de expressão, enquanto o governo dos EUA diz que a lei é justificada pela necessidade de proteger a segurança nacional. Os juízes da Suprema Corte demonstraram simpatia pela visão do governo, embora também tenham compartilhado algumas preocupações relacionadas à liberdade de expressão. Uma decisão é esperada ainda nesta semana.

A Bloomberg relatou anteriormente as discussões de Pequim sobre a possibilidade de um acordo com Musk. Questionado sobre a reportagem, um representante do Tik Tok disse ao “The Wall Street Journal” que “não podemos comentar sobre pura ficção”.

No mês passado, o presidente do Tik Tok, Shou Chew, se encontrou com Trump no resort Mar-a-Lago, na Flórida, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. Chew, que conhece Musk há anos, também conversou com o dono do X para buscar suas opiniões sobre a administração que está por vir.

Com informações do Valor Econômico

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