BNDES aprova R$ 499 milhões para nova unidade da Piracanjuba que produzirá queijo e whey protein
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 499 milhões para o Grupo Piracanjuba implantar uma unidade industrial com capacidade de processar 1,2 milhão de litros de leite por dia em São Jorge d’Oeste, no Paraná.
A unidade será destinada à produção de concentrados e isolados proteicos (whey protein), lactose em pó, queijo muçarela e manteiga, informou o banco de fomento. O projeto tem, ao todo, investimentos previstos de R$ 612 milhões.
O financiamento é composto por R$ 277 milhões do BNDES Mais Inovação e R$ 222 milhões da linha Finem. De acordo com o BNDES, a planta terá capacidade instalada de produção de até 39,4 mil toneladas ao ano de muçarela e de até 7,9 mil toneladas anuais de manteiga.
Em duas linhas de produção anexas, que utilizarão soro de leite oriundo da produção de queijos, a empresa produzirá até 6 mil toneladas ao ano de whey protein (concentrados e isolados proteicos) e até 14,8 mil toneladas anuais de lactose em pó.
De acordo com o BNDES, a construção das duas plantas – a de produção de queijo muçarela e manteiga na primeira etapa e a de produção do whey protein e da lactose em pó na segunda – “traz importantes ganhos de escala e vai ao encontro dos modelos internacionais dos Estados Unidos e Europa”.
A instituição afirma que o projeto também possui “uma grande pegada de descarbonização”, devido à ausência do transporte do soro do leite entre diferentes plantas fabris.
“A aprovação desse projeto representa a expansão da fronteira tecnológica brasileira, com a nacionalização da produção e dos sistemas industriais, além de contribuir com a substituição da importação de produtos que chegam a US$ 54 milhões na balança comercial brasileira. A construção da unidade resultará na criação de 250 novos empregos diretos na região, com impacto na geração de renda das famílias”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em nota.
Produção de whey protein no Brasil
No Brasil, há poucas indústrias que produzem whey protein em pó em suas várias concentrações, o que faz com que o produto seja majoritariamente importado. Essas empresas atendem a apenas 15% do mercado, segundo dados do Sistema PGA SIGSIF do Ministério da Agricultura e Pecuária e COMEXSTAT – MDIC, referentes a 2023 e informados pelo BNDES.
A instituição destaca que o whey protein e a lactose em pó têm ampla aplicabilidade, com uso na nutrição em produtos farmacêuticos e em cosméticos, entre outros, “além de agregar grande valor à cadeia láctea nacional, segmento no qual o Brasil ocupa a terceira posição como maior produtor global de leite”.
O presidente do Grupo Piracanjuba, Luiz Claudio Lorenzo, afirma que o financiamento visa sustentar o crescimento da companhia nos próximos anos.
“A unidade reunirá alta tecnologia, com equipamentos modernos e alta capacidade, que contribuirão para padronização e qualidade dos produtos e eficiência operacional, orientados por uma perspectiva sustentável, tratamento e reaproveitamento de água e, produção e utilização de biogás como fonte de energia. E, ainda, as oportunidades de emprego disponibilizadas geram renda para a economia local”, informou em comunicado.
*Com informações do Valor Econômico
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