Bancos centrais se preparam para mexer nas taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos

O morning call desta terça-feira (17) indica que há poucos indicadores relevantes no radar dos agentes financeiros. Então, o mercado acompanha a publicação do relatório de vendas no varejo dos Estados Unidos. Porém, todos os olhos estão voltados para a decisão de juros no Brasil e nos EUA.

Por lá, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) está pronto para embarcar na primeira de uma série de reduções de juros esperadas esta semana. Dessa forma, o mercado passou a precificar maior probabilidade de um corte mais agressivo, de 0,50 ponto percentual na taxa de juros. Assim, as chances de uma redução mais suave de 0,25 ponto perderam força.

Pairando sobre o Fed, em termos mais amplos, está a eleição presidencial dos EUA, a apenas sete semanas da decisão sobre juros de setembro.

E no Brasil?

Por aqui, no Brasil, os olhos estão voltados mesmo para a reunião de diretoria do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) que começa hoje. Na quarta (18), o comitê anuncia a nova Selic.

O mercado aposta em leve alta de 0,25 ponto percentual, que levaria a Selic a 10,75% ao ano. No entanto, parte dos agentes até considera que há espaço para um aumento maior, de 0,50.

Morning call e as ações da semana

Assim, como ocorre em todo princípio da semana, chegou a vez de olharmos quais são as ações da semana na opinião do Itaú BBA. De acordo com análise grafista, os dados indicam o seguinte:

Morning call e a bolsa brasileira

Em compasso de espera pelas decisões de política monetária no Brasil e nos EUA, o Ibovespa encerrou a segunda-feira com leve alta de 0,18%, aos 135.118 pontos.

Então, o volume financeiro do dia no índice foi de R$ 11,7 bilhões e de R$ 15,8 bilhões na B3. Na mínima intradiária, o Ibovespa bateu 134.870 pontos. Já na máxima, o valor chegou a 135.715 pontos.

Da mesma forma, o dia também foi de queda de 1,03% do dólar, que encerrou o pregão a R$ 5,5100 .

Morning call e as bolsas nos Estados Unidos

O índice Dow Jones teve alta de 0,55%, a 41.622,08 pontos; o S&P 500 subiu 0,13%, a 5.633,09 pontos; e o Nasdaq recuou 0,52%, a 17.592,13 pontos.

Entre as ações, a Apple recuou 2,78%, após analistas de bancos sinalizarem que pode haver uma demanda menor pelos novos modelos do iPhone 16 Pro. Da mesma forma, os papéis de fabricantes de chips também caíram. A Nvidia perdeu 1,95%.

Fechamento na Ásia

Os principais índices acionários da Ásia fecharam sem direção comum, com queda de mais de 1% na Bolsa de Tóquio antes da decisão de política monetária do Federal Reserve esta semana e refletindo o iene forte, enquanto as bolsas de Seul e de Xangai permaneceram fechadas devido a feriados.

No Japão, o índice Nikkei 225 caiu 1,03% a 36.203,22 pontos, com o dólar ante a moeda japonesa explorando brevemente níveis abaixo de 140 ienes.

Um iene forte pode impactar negativamente as empresas exportadoras japonesas. Já o índice Hang Seng de Hong Kong avançou 1,37% a 17660,02 pontos, com destaque para a alta de 6,3% da Li Auto.

“Os mercados podem estar precificando o corte da taxa de juros pelo Federal Reserve de amanhã para mais perto de 0,50 ponto percentual em uma tentativa de influenciar a decisão, que provavelmente será muito apertada”, diz o ING, em relatório.

O raciocínio aqui segue o do ex-membro do Fed William Dudley, que no final da semana passada disse que o Fed não gosta de surpreender os mercados, afirma o ING. “Em outras palavras, se os mercados precificarem 0,50 ponto, o Fed terá mais probabilidade de entregar 0,50 ponto.”

Além disso, o consenso é que as vendas no varejo dos Estados Unidos caíram marginalmente em agosto, enquanto os números da produção industrial para agosto também são divulgados e esperados em alta de 0,2% em base mensal após uma leitura ruim em julho.

Com informações do Valor Econômico.

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