Morning call: se a inflação oficial crescer só um pouquinho em dezembro, a meta estoura
O morning call indica que hoje é o dia de conhecermos a inflação oficial de dezembro e, consequentemente, o dado fechado de 2025. O IBGE divulga o IPCA nesta sexta-feira (10).
A inflação oficial, entre outros motivos, é importante porque o dado serve de subsídio para a análise do Comitê de Política Monetária (Copom). E as decisões do colegiado a respeito da taxa básica de juros influenciam diretamente os investimentos. A Selic está atualmente em 12,25% ao ano. O Copom já sinalizou pelo menos mais dois aumentos de 100 pontos-base nas próximas duas reuniões. Elas acontecem no fim de janeiro e março.
Morning call: relembre o IPCA de novembro
O IPCA de novembro marcou inflação de 0,39%. Na época, o grupo Alimentação e Bebidas teve a maior alta do índice (1,55%). Habitação, por outro lado, teve a maior queda (-1,53%). Ainda como referência, em dezembro de 2023, o IPCA cresceu 0,56%.
Então, se esse panorama se repetir, a inflação em 2024 ficará acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central. O teto é de 3%, pode haver oscilação de um ponto e meio percentual para cima e para baixo. Mas o IPCA de 2024 já marca 4,29% de oscilação para cima.
Como fecharam as bolsas de valores na quinta-feira
Com a liquidez reduzida no pregão devido ao fechamento dos mercados em Nova York e a virada negativa dos papéis da Vale durante a tarde, o Ibovespa encontrou dificuldade para sustentar uma alta mais consistente hoje e avançou 0,13%, aos 119.781 pontos, oscilando entre os 119.502 pontos e os 120.145 pontos.
O volume negociado no índice foi de R$ 9,1 bilhões, bem abaixo dos R$ 15,2 bilhões registrados um dia antes. Já na B3, o giro financeiro foi de R$ 13,0 bilhões.
Os papéis da Vale encerraram o pregão em queda de 0,62%, a R$ 51,23, sendo que chegaram a avançar até os R$ 52,25, na máxima do dia.
Assim, segundo operadores consultados pelo Valor, não houve um impulso claro para o recuo dos papéis, já que os preços do minério de ferro tiveram alta na sessão. Já as ações da Petrobras apresentaram movimento misto: as PN tiveram alta de 0,44%, enquanto as ON caíram 0,02%.
As ações da Minerva lideraram as maiores altas no pregão, ao subir 5,79%, em um movimento de correção depois da queda de 2,42% na sessão anterior.
Já os papéis da CSN responderam pelas maiores perdas, no valor de 3,99%. Hoje, analistas do Bradesco BBI cortaram o preço-alvo dos papéis de R$ 15 para R$ 9 e reiteraram a recomendação neutra.
Bolsas da Ásia recuam com cautela de investidores antes de ‘payroll’
As bolsas da Ásia fecharam em queda nesta sexta pressionadas por preocupações em torno da trajetória dos juros nos EUA. Assim, os juros podem ser afetados pelo resultado do relatório de trabalho dos EUA, o payroll, de dezembro, a ser divulgado logo mais.
Então, a abertura de um número de vagas maior que o esperado deve levar o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) a reduzir o ritmo dos cortes. Além disso, segue pesando o temor de estagnação econômica na China.
No Japão, o índice Nikkei caiu 1% para 39.190,40 pontos, com a queda liderada por ações de montadoras e farmacêuticas em meio a preocupações com a manutenção de custos elevados de empréstimos.
O índice Hang Seng de Hong Kong caiu 0,9% a 19.064,29. A construtora chinesa Sunac China caiu 26% depois de receber uma petição de liquidação pelos credores. JD Health caiu 5,1% e Lenovo perdeu 4,9%. Na semana o Hang Seng perdeu 3,52%.
Na China continental, o Xangai Composto caiu 1,3% a 3.168,52, com todos os setores terminando a semana em queda, liderado por ações de consumo. O sentimento do investidor está enfraquecido depois do índice de preços ao consumidor (CPI) registrar uma alta modesta de 0,2% em 2024, refletindo pressões deflacionárias.
O índice Kospi fechou em queda de 0,2% a 2515,78, quebrando uma série de cinco altas consecutivas. Na semana, o índice subiu 3%. Perdas em ações de fabricantes de baterias e defesa superaram os ganhos nas ações de montadoras.
Com informações do Valor Econômico
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