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Marketplaces endurecem condições para os lojistas e preços aos consumidores podem subir
A escalada dos juros, o aumento nos custos de logística e a necessidade de recuperar margens levaram os principais marketplaces do país – plataformas de venda de produtos de terceiros – a rever as condições oferecidas aos lojistas. As comissões cobradas nas vendas estão subindo e os subsídios concedidos nos fretes, sendo reduzidos.
As mudanças variam conforme a empresa, mas incluem a maioria das grandes plataformas – Mercado Livre, Via e Amazon -, apurou o Valor junto aos vendedores. Para consultores, pode ser um sinal de uma maior racionalidade na gestão dos negócios, após as empresas perderem muito valor de mercado na bolsa e depois da forte competição que afetou as margens.
As alterações mais significativas estão sendo feitas pelo Mercado Livre, que comunicou as mudanças a seus parceiros no dia 9 de dezembro. O Valor teve acesso ao texto do comunicado. Entre as modificações estão a redução nos planos de parcelamentos sem juros, aumento no prazo para repasse do dinheiro das vendas ao lojista e redução ou eliminação (a depender do vendedor) do subsídio no frete.
A Amazon começa, em março, a cobrar tarifa de coleta do produto retirado junto ao lojista. E, em junho, passará a cobrar também tarifas de armazenamento de produtos nas suas centrais.
“Estamos vivendo um contexto com juros e inflação muito fortes, aumentos em custos como energia e combustível, que afetam o negócio. Temos a pretensão de continuar investindo, mas não passamos ilesos por tudo isso”, diz Julia Rueff, diretora do Mercado Livre no Brasil.
Também no fim de 2021, a Via (Casas Bahia e Ponto) informou os lojistas sobre a retirada de descontos em sua taxa de comissão e tambem promoveu reajustes.
Além do impacto para os lojistas, as mudanças devem encarecer o preço final ao consumidor, num momento em que a inflação do segmento digital já supera a taxa oficial. A inflação no on-line foi de 18,8% de janeiro a outubro do ano passado, acima do IPCA e do IGP-M.
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