Itaú cria empresa de gestão de compras e patrimônio

IGA já nasce com carteira de quase R$ 6,3 bilhões em ativos

Empresas citadas na reportagem:

O Itaú está lançando uma empresa especializada na oferta de serviços de gestão de eficiência de custos, compras corporativas e patrimônio. Batizada de Itaú Gestão de Ativos (IGA), ela nasce a partir de uma área interna do banco e prestará serviços para todos os setores da economia, não se limitando ao segmento bancário. Com uma equipe de 370 pessoas, ela já surge como uma das maiores empresas nesse segmento no Brasil, gerenciando anualmente mais de R$ 16 bilhões em compras, uma carteira de R$ 6,3 bilhões em ativos e mais de 1 milhão de metros quadrados em espaços corporativos.

Segundo o Itaú, a IGA prestará serviços focados em eficiência operacional, qualidade e relação ética e transparente. “Percebemos uma oportunidade de oferecer a escala, ética no relacionamento com fornecedores e o ‘expertise’ desenvolvidos ao longo de anos com o Itaú, somando esforços e buscando com isto gerar resultados que, individualmente, os clientes não conseguiriam. Sempre que possível vamos trabalhar com remuneração por sucesso, evitando pagamentos fixos ou antecipados. Neste ecossistema todos ganham: clientes, fornecedores, IGA e o banco”, diz Claudio Arromatte, diretor de Patrimônio e Compras do Itaú.

O executivo aponta que a nova empresa faz parte da estratégia de “beyond banking” do Itaú, que busca ofertar produtos e serviços que vão além da atividade bancária, reforçando também a continuidade e perenidade das relações com seus clientes. “O foco da IGA é ser uma empresa digital na oferta de soluções e nossa intenção é ofertar serviços e produtos para empresas de todos os portes, conforme suas necessidades, atuando sempre com objetivo de buscar o melhor benefício ao cliente, sendo ‘agnósticos’ em relação a fornecedores ou plataformas tecnológicas”, diz.

A expectativa é que, no futuro, as receitas com os serviços prestados para outras empresas, além do Itaú, respondam pela maioria da geração de valor. Arromatte reforça, no entanto, que a receita é apenas um dos objetivos. “Buscamos com a IGA atrair novos clientes para o conglomerado e fortalecer o relacionamento com os já existentes, oferecendo nosso conhecimento e experiência para que eles conquistem mais eficiência econômica e operacional, tenham impacto positivo em margens financeiras e passem a tratar as operações fora do ‘core business’ de maneira estratégica”, explica.

Esse segmento de gestão de compras e patrimônio no Brasil atualmente é liderado por nomes como Aquanima, Accenture, IBM, McKinsey e Procurement Garage. Segundo o Itaú, os R$ 6,3 bilhões em ativos da IGA referem-se à carteira de imóveis e veículos retomados que a empresa administra e monetiza para o Itaú. São cerca de 10 mil veículos e 500 imóveis. Já o 1 milhão de metros quadrados é a soma da área gerenciada de 86 imóveis proprietários do Itaú, que incluem, entre outros, a sede administrativa no Jabaquara; o edifício do BBA na Faria Lima; o centro de tecnologia na Avenida do Estado, todos na capital paulista; e o Data Center em Mogi Mirim (SP). A IGA não será dona desses imóveis, mas continuará a fazer 100% da gestão patrimonial e de facilites.

Questionado se futuramente a IGA poderia ser transferida para a Itaúsa, que já tem no seu portfólio algumas empresas de infraestrutura e logística, o banco afirma que não tem essa intenção. “A IGA está na Holding Itaú Unibanco e empresas da Itaúsa poderão ser clientes da IGA”.

Por Álvaro Campos

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