Juros futuros têm forte alta após IPCA superar teto das estimativas; dólar cai

Inflação de março foi a maior para o mês desde 1994

Os juros futuros abriram a sexta-feira em forte alta, após o IPCA de março ter superado o teto das estimativas do mercado. O indicador também deu sinais de maior grau de persistência do aumento de preços e apresentou uma inflação bastante disseminada. Já o dólar comercial tinha queda moderada de 0,2% nos primeiros négócios, cotado a R$ 4,7309 no mercado à vista.

Por volta de 9h45, a taxa do contrato futuro de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subia de 12,76% no ajuste anterior para 12,875%; a do DI para janeiro de 2024 aumentava de 12,16% para 12,335%; a do DI para janeiro de 2025 operava em alta de 11,53% para 11,68%; e a do DI para janeiro de 2027 avançava de 11,30% para 11,39%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IPCA acelerou de 1,01% em fevereiro para 1,62% em março — acima do teto de 41 estimativas de instituições financeiras e consultorias colhidas pelo Valor Data, de 1,43%. A mediana era de 1,32%. O principal impacto individual do índice veio da gasolina, que subiu 6,59% no período e contribuiu com 0,44 ponto percentual da taxa. Em 12 meses, o indicador avançou a 11,3%, de 10,54% na leitura anterior.

Já a média dos cinco núcleos de inflação (medidas que desprezam itens voláteis como alimentos e energia e captam a tendência fundamental dos preços) monitorados pelo Banco Central se manteve praticamente estável na margem, passando de 1% para 0,98%, segundo a MCM Consultores. No acumulado em doze meses, a média avançou de 8,40% para 9,01%.

Já o índice de difusão, que mostra o percentual de itens com aumento de preços, subiu de 74,8% em fevereiro para 76,1% em março, indicando uma alta de preços mais espalhada, disse a consultoria.