Gasolina, planos de saúde e café: os 10 itens que mais pesaram no IPCA acumulado em 2024

IPCA acelerou em dezembro e Brasil voltou a estourar a meta de inflação no ano passado

O IBGE informou nesta sexta-feira (10) que o IPCA subiu 0,52% em dezembro, acima da taxa de 0,39% observada em novembro.

Com o resultado, a inflação acumulada no Brasil em 2024 ficou em 4,83%.

Portanto, acima da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Com a tolerância de 1,5 ponto percentual poderia chegar a 4,5%.

O estouro vem após o objetivo ter sido cumprido em 2023. No anterior, o IPCA acumulado ficou em 4,62% contra 4,75% do teto da meta na ocasião.

IPCA hoje: alimentos pesam no bolso

Conforme o IBGE, o maior impacto sobre a inflação no Brasil em 2024 veio de alimentação e bebidas. O grupo acumulou alta de 7,69% em 12 meses e contribuiu com 1,63 pontos percentuais para o IPCA do ano.

Já os aumentos acumulados nos preços de saúde e cuidados pessoais (6,09%) e transportes (3,30%) também tiveram impactos significativos (de 0,81 p.p. e 0,69 p.p., respectivamente) sobre o índice anual.

Juntos, mostra o IBGE, esses três grupos responderam por cerca de 65% da inflação de 2024.

Gasolina, planos de saúde e café

Simultaneamente, entre os 377 subitens que têm seus preços considerados no cálculo do IPCA, a gasolina exerceu o maior impacto individual (0,48 p.p.). Sendo que o combustível acumulou alta de 9,71% no ano.

Em segundo lugar, veio plano de saúde, que subiu 7,87% em 12 meses e contribuiu com 0,31 p.p. para o IPCA de 2024.

Posteriormente, a refeição fora do domicílio ficou 5,70% mais cara entre janeiro e dezembro, com impacto de 0,20 p.p. no IPCA do ano.

Outro subitem em destaque foi o café moído. Que exerceu o quarto maior impacto individual sobre a inflação do ano passado (0,15 p.p.) e acumulou alta de 39,60% no ano.

Passagens aéreas mais baratas

Enquanto isso, pelo lado das quedas, as passagens aéreas ajudaram a puxar o IPCA de 2024 para baixo. Ainda que voláteis, os preços dos bilhetes fecharam o ano com queda acumulada de 22,20% em 2024 e impacto de -0,21 p.p. no índice geral.

Da mesma forma, o tomate e a cebola ficaram mais baratos (-25,86% e -35,31%, respectivamente) e ambos tiveram o mesmo impacto (-0,07 p.p.) sobre a inflação de 2024.

Os 10 itens que mais pesaram no bolso em 2024

ItemVariação em 12 mesesContribuição (em p.p.)
Gasolina9,71%0,48
Plano de Saúde7,87%0,31
Refeição5,70%0,20
Café moído39,60%0,15
Condomínio6,25%0,14
Ensino fundamental8,86%0,14
Lanche7,56%0,13
Serviço bancário8,03%0,13
Leite longa vida18,83%0,13
Aluguel residencial3,45%0,13

Itens que ficaram mais baratos no IPCA acumulado em 2024

ItemVariação em 12 mesesContribuição (em p.p.)
Passagem aérea-22,20%-0,21
Tomate-25,86%-0,07
Cebola-35,31%-0,07
Batata-inglesa-12,53%-0,03
Emplacamento e licença-1,01%-0,03
Pacote turísticos-3,84%-0,02
Automóvel usado-1,08%-0,02
Aparelho telefônico-2,20%-0,02
Energia elétrica residencial-037%-0,02

O que acontece após o estouro da meta de inflação?

De forma prática, o Banco Central precisa explicar as razões por meio de carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Então, o documento deve trazer a descrição detalhada das causas do descumprimento. Bem como as medidas necessárias para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos.

Segundo o BC, a publicação deve ocorrer às 18h desta sexta-feira.

Leia a seguir

Leia a seguir