Em dia de agenda esvaziada de indicadores econômicos, investidor movimenta carteira, sem grandes perspectivas de ganhos

Destaque do pregão de quarta-feira (12) foi para a JBS, que teve alta de 9,05% e ganhou R$ 3,46 bilhões em valor de mercado

Com a agenda local esvaziada de indicadores econômicos e a proximidade do recesso parlamentar, o investidor local deve calibrar a carteira de investimentos, em busca de oportunidades de ganhos. O Ibovespa tem operado, segundo analistas, em modo de consolidação, mostrando firmeza acima dos 116 mil pontos, mas também dificuldade para superar resistência em torno dos 121 mil pontos. Na semana, até quarta-feira, o Ibovespa avançou 2,43% e 4,41% no mês.

Segundo Alex Carvalho, analista da CM Capital, para buscar novas máximas, o Ibovespa precisará contar com apoio maior das commodities, especialmente do setor metálico. “Segue a expectativa de que estímulos à economia chinesa poderiam trazer impulso maior aos preços desses ativos”, acrescenta o analista.

Enquanto o estímulo da China não vem, a Vale (VALE3) acumula perda de 22,90% no ano. Outros nomes do setor metálico também mostram retração em 2023, embora bem mais discretas, como Gerdau (-1,32% no ano) e CSN (-5,56%). Na quarta, a primeira subiu 2,09% e a segunda teve alta de 1,37%.

Em resumo, no curto prazo, os analistas de mercado acreditam que as ações da bolsa de valores passam por um movimento que chamam de ‘lateralização’. Na prática, significa que os ativos locais acrescentam poucos ganhos à carteira do investidor local.

Agenda do dia

  • 09h30: PPI (índice de preços ao produtor) de junho nos Estado Unidos
  • 16h: IPC (índice de preços ao consumidor) de junho na Argentina

JBS

O destaque no pregão de quarta-feira foi para a JBS (JBSS3), que teve alta de 9,05%. Com o desempenho, a empresa ganhou R$ 3,46 bilhões em valor de mercado, passando a ser avaliada a R$ 41,7 bilhões. O motivo da alta foi o anúncio de que a empresa tem planos para dupla listagem, na B3 e em Nova York. No Brasil, a listagem se dará por meio de recibos de depósitos (BDRs) lastreados nas ações a serem lançadas na Nyse.

CPI das pirâmides de criptoativos

Primeiro ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das pirâmides de criptoativos, Glaidson Acácio dos Santos, fundador da GAS Consultoria e conhecido como “Faraó dos Bitcoins”, negou acusações de fraude e até de homicídio e ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

O “Faraó dos Bitcoins” afirmou ser capaz de honrar com os pagamentos de todos os recursos perdidos por seus clientes, mas se recusou a indicar precisamente de onde viria o capital para isso e de qual quantia se trataria, dizendo somente que este pagamento seria efetuado quando suas contas fossem desbloqueadas.

Glaidson está em prisão preventiva desde que foi atingido pela Operação Kriptos da Polícia Federal, em agosto de 2021. Atualmente, ele está no presídio federal de Catanduvas, no Paraná.

Mais de 127 mil investidores tentam recuperar na Justiça cerca de R$ 9,3 bilhões, que teriam sido perdidos no suposto esquema. Ao todo, a PF estima que a GAS Consultoria movimentou R$ 38 bilhões.

A CPI das pirâmides de criptoativos retomará suas atividades em agosto após o recesso parlamentar.

Mercado ontem

Na quarta-feira, a leitura mais fraca que o esperado do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos (EUA) direcionou as expectativas do mercado para a possibilidade de uma postura mais branda do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos (EUA).

Ganhou força a percepção de que o aumento de 0,25 ponto esperado para o fim deste mês será o último deste ciclo. A maior parte do mercado nos EUA (40,4%) espera que o Fed promova um corte de 25 pontos-base nos juros americanos só em março de 2024. O mercado manteve inalterada a precificação de alta de 25 pontos-base (pb) nos juros do Fed na reunião monetária de julho, a 5,25% a 5,50%, segundo o CME Group. A reunião de juros do Fed, em que o banco central americano anuncia sua decisão de política monetária, acontece no dia 26 de julho.

O dólar à vista caiu 0,90% em relação ao real nesta quarta-feira, 12, a R$ 4,8180, embalado pelo enfraquecimento global da divisa americana após a inflação dos Estados Unidos ficar abaixo do esperado em junho. O dado renovou a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) pare de elevar os juros após a esperada alta de 0,25 ponto porcentual na sua próxima reunião, no dia 26, e inicie o ciclo de cortes de juros antes do previsto anteriormente.

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta quarta-feira (12). Os índices Nasdaq e S&P 500 encerraram nos maiores níveis desde abril de 2022. O rali fez com que nove dos 11 setores do S&P 500 concluíssem o pregão em alta, sendo saúde e industriais as únicas exceções. Os grandes bancos Citi, Goldman Sachs, Wells Fargo e Bank of America fecharam todos com alta de mais de 1%.

No fim da tarde em Nova York, o índice Dow Jones fechou com avanço de 0,25%, a 34.347,43 pontos; o S&P 500 ganhou 0,74%, a 4.472,16 pontos; e o Nasdaq, 1,15% a 13.918,96.

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