Ibovespa dispara 2,81% e retoma 122 mil pontos em dia favorável ao risco; dólar cai 0,36% e vai a R$ 6,02
O mercado financeiro brasileiro vivenciou uma quarta-feira positiva, com o Ibovespa disparando 2,81% para 122.650 pontos, favorecido por um cenário internacional favorável. Ações de bancos e commodities lideraram os ganhos, enquanto o dólar recuou 0,36% para R$ 6,02.
Nos Estados Unidos, os índices de ações fecharam em forte alta após dados de inflação melhores do que o esperado. O CPI veio dentro das previsões do mercado, reforçando a visão do Fed de que a inflação está no caminho certo.
As bolsas europeias também subiram, impulsionadas por um bom desempenho dos bancos europeus. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com ganhos de 1,43%, sustentado pelos resultados positivos dos bancos americanos.
Powered by TradingView
O duplo impulso trazido por dados mais fracos de serviços no Brasil e por números melhores de inflação nos Estados Unidos criou um ambiente mais oportuno para a tomada de risco, o que favoreceu uma guinada firme do Ibovespa na sessão desta quarta-feira.
O índice encerrou o pregão em alta de 2,81%, aos 122.650 pontos, perto da máxima do dia, de 122.988 pontos. Na mínima intradiária, chegou a tocar os 119.303 pontos.
Ibovespa hoje
Ações de bancos avançaram em bloco, com destaque para as units do BTG Pactual, que tiveram alta de 5,75%.
Vale também apresentou o segundo dia de alta, ao subir 1,45%.
Os papéis PN da Petrobras, por sua vez, subiram 1,28%, enquanto os ON tiveram ganhos de 1,31% após o petróleo disparar e superar a marca dos US$ 80.
Analistas ouvidos pelo Valor, porém, destacam que a disparada do Ibovespa ocorreu sem o crescimento mais expressivo do volume financeiro do índice, que fechou em R$ 19,2 bilhões, pouco acima dos R$ 15,0 bilhões vistos na véspera, mesmo em um pregão de vencimento de opções sobre o Ibovespa, o que tende a aumentar o giro financeiro.
Já na B3, o montante alcançou os R$ 70,2 bilhões.
Dólar hoje
Powered by TradingView
O dólar à vista encerrou as negociações desta quarta-feira em queda frente ao real, em uma sessão marcada por uma perda de fôlego da moeda americana após dados mais fracos da inflação dos Estados Unidos.
Os números do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) até vieram acima do esperado pelo mercado, mas o núcleo (que exclui variações dos setores de alimentos e energia) veio mais fraco.
Isso foi um gatilho para o enfraquecimento do dólar globalmente.
Ao longo do dia, porém, a moeda americana recuperou fôlego, mas divisas ligadas a preços de commodities resistiram e se destacaram no fim da tarde.
O real, assim, pode ter se beneficiado do preço do petróleo, que avançou mais de 2% na sessão.
Terminadas as negociações no mercado spot, o dólar comercial fechou em queda de 0,36%, cotado a R$ 6,0241, o menor patamar desde 12 de dezembro, dia da primeira intervenção do Banco Central no mercado à vista, quando a moeda encerrou a sessão cotada a R$ 6,0091.
Na mínima do dia, o dólar comercial encostou em R$ 6,0114, enquanto na máxima bateu em R$ 6,0694.
Já o euro comercial encerrou a sessão em queda de 0,42%, cotado a R$ 6,2003.
Perto das 17h05, o melhor desempenho no exterior vinha do iene japonês, rand sul-africano e dólar australiano.
Já o índice DXY recuava 0,15%, aos 109,111 pontos.
Bolsas de Nova York
Powered by TradingView
Os principais índices de ações de Nova York fecharam em forte alta nesta quarta-feira, impulsionados pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) divulgado hoje, que veio dentro das expectativas do mercado.
“A melhora no núcleo do CPI de dezembro reforça a visão do Fed de que a inflação e a política estão no caminho certo”, escreve Steven Blitz, economista-chefe da TS Lombard nos Estados Unidos, em nota.
Para ele, no entanto, apesar do dado de hoje ter sido uma notícia positiva, a inflação persistente não irá desaparecer tão cedo.
Agora, o foco dos investidores também se volta para a temporada de balanços, e as chances de uma surpresa positiva estão altas, dado a recente fraqueza do mercado de ações, diz Mark Hackett, estrategista-chefe da Nationwide.
No fechamento de hoje, o Dow Jones subiu 1,65%, aos 43.221,55 pontos, o S&P 500 teve alta de 1,83%, aos 5.949,91 pontos, e o Nasdaq avançou 2,45%, aos 19.511,234 pontos.
Praticamente todos os setores do S&P 500 encerraram a sessão no positivo, com exceção de itens básicos de consumo, que ficou na estabilidade.
Consumo discricionário, comunicação e o setor financeiro apresentaram os ganhos mais expressivos.
Os grandes bancos que divulgaram seus resultados do quarto trimestre hoje tiveram grande valorização na bolsa.
As ações do Wells Fargo subiram 6,63%, bem como as da BlackRock (+5,26%), Goldman Sachs (+6%), Citigroup (+6,45%) e J.P. Morgan (+1,95%).
Amanhã, é a vez do Bank of America e do Morgan Stanley abrirem seus números, ambos antes da abertura do mercado..
Bolsas da Europa
Os mercados acionários europeus encerraram o pregão desta quarta-feira em alta firme, em um movimento que já era visto durante a manhã e que ganhou força após a divulgação de números abaixo do esperado da inflação ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos.
O bom desempenho dos bancos europeus sustentou boa parte dos ganhos das ações, também na esteira dos resultados de instituições financeiras americanas, que surpreenderam positivamente.
O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou a sessão em alta de 1,43%, aos 515,55 pontos.
Entre os principais indicadores acionários, o FTSE 100, da Bolsa de Londres, subiu 1,21%, aos 8.301,13 pontos; o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, teve alta de 1,50%, aos 20.574,68 pontos; o CAC 40, de Paris, avançou 0,69%, aos 7.474,59 pontos; e, na Bolsa de Milão, o índice FTSE MIB encerrou o dia em alta de 1,63%, aos 35.695,59 pontos.
Os bancos europeus fecharam a sessão em alta após os números de inflação dos EUA e dos resultados de seus pares dos EUA darem apoio a um bom humor dos investidores.
O índice do setor de bancos Stoxx Europe 600 ganhou 1,33% na sessão e encerrou o dia com 155,59 pontos.
Os ganhos em ações de bancos europeus aceleraram após J.P. Morgan, Goldman Sachs, Wells Fargo e Citigroup iniciarem a temporada de lucros, e receberam outro impulso do relatório de inflação de dezembro dos EUA.
Os bancos do Reino Unido são os de melhor desempenho na sessão, com as ações do Barclays disparando 6,50%.
No continente, o Société Générale subiu 3,07% em Paris e o Deutsche Bank avançou 3,28%.
“Após fortes números trimestrais de bancos dos EUA, o CPI abaixo do esperado está impulsionando um dia de negociação favorável”, disse Jochen Stanzl, da CMC Markets, em um comentário de mercado.
A queda do núcleo da inflação ao consumidor dos EUA significa que os otimistas de Wall Street conseguiram o que esperavam, avalia Stanzl.
Com informações do Valor Econômico
Leia a seguir