Febraban entra na disputa dos bancos contra a Americanas
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) entrou na batalha que as instituições financeiras estão travando contra a Americanas e seus controladores. A organização ingressou como “amicus curiae” no processo do Bradesco que visa obter acesso aos e-mails dos executivos e conselheiros da varejista nos últimos dez anos, em uma tentativa de produção antecipada de provas.
A Febraban ontem pediu à Justiça que desconsidere a reclamação constitucional da Americanas sobre o acesso aos e-mails. Após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender a quebra dos sigilos dos e-mails, hoje Febraban e Bradesco já solicitaram uma reconsideração dessa decisão.
Em seu pedido inicial, a Febraban afirma que a reclamação da Americanas “tem como objetivo criar obstáculos às medidas cautelares ajuizadas pelas instituições financeiras”, que “buscam elucidar os fatos relacionados aos recentes acontecimentos ligados às Americanas S.A.”.
Segundo a Febraban, a Americanas quer evitar a elucidação dos fatos. “É completamente espantosa a postura da companhia, que chega a insistentemente se esforçar e despender recursos com a finalidade de encobrir os ilícitos que a levaram à atual situação de insolvência”. Para a entidade, “é indispensável que os participantes dessa ‘inconsistência contábil’, aqueles que estavam dela cientes e que com ela concordaram ou dela tiraram proveito, sejam devidamente responsabilizados”.
A federação aponta que nenhuma das medidas de produção de provas é custeada pela Americanas, e como todas as informações coletadas são mantidas em absoluto sigilo, disponíveis apenas ao respectivo juízo que preside cada um dos feitos e ao seu perito de confiança, não há qualquer dano sofrido pela varejista com a existência de mais de uma investigação em curso.
O presidente do conselho diretor da Febraban é Octavio de Lazari Jr, CEO do Bradesco.
Por Álvaro Campos
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