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Varejo começa o ano fraco e com investimentos em risco
O ano começou fraco para o consumo, mesmo para os setores mais resilientes. O comércio de eletrônicos, itens de tecnologia, moda e material de construção estão entre os que sentiram a desaceleração após a queima de estoques da 1ª semana de 2022. Com isso, o varejo inicia o 3º ano seguido em um cenário de indefinição e com investimentos sob risco.
Pressões inflacionárias, juros mais altos, limitações da cadeia produtiva e avanço da ômicron continuam penalizando o setor. O IGet ampliado, indicador do Santander que inclui veículos e material de construção, aprofundou a queda de 1,9% em dezembro, ante o mês anterior, para 5,7% em janeiro. É a 8ª contração mensal seguida. O segmento está 13,5% abaixo do nível pré-covid e 10,6% aquém da média de 2019. Já o varejo restrito teve queda de 8,6% em janeiro, ante retração de 4,1% em dezembro – 19,6% abaixo do pré-covid e 17,8% abaixo da média de 2019. Para o economista Lucas Maynard, os números vieram piores que o esperado. “Não tem nada alentador.”
Segundo fontes do setor, as empresas devem continuar a proteger o caixa neste ano e segurar projetos cujo prazo de retorno sobre o capital sejam de longo prazo. Isso deve afetar mais varejistas de moda voltadas para classes de menor renda, o varejo de construção e cadeias de eletroeletrônicos com posição de caixa mais fraco.
Para Felipe Mendes, diretor-geral da GfK Brasil, o desempenho do varejo deve vir em “K”, de forma mista: alguns segmentos com tendência de recuperação, como bens semiduráveis para a alta renda; e outros com dificuldades, como eletroeletrônicos e produtos mais dependentes do crédito – agora mais caro – e das vendas em lojas físicas. Para varejistas, uma demanda maior deve vir de forma gradual, com o recuo da inflação e o Auxílio Brasil, no segmento de supermercados, por exemplo.
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