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Nove em cada dez empresas querem trabalhadores com novas habilidades até 2030
As transformações proporcionadas por novas tecnologias, principalmente as digitais, já mudaram o mercado de trabalho no mundo e no Brasil. Assim, tanto trabalhadores quanto empresas estão tendo de se adaptar rapidamente. Por questões de empregabilidade, de um lado, e de produtividade, do outro.
Segundo o relatório “Futuro do Trabalho”, elaborado globalmente pelo Fórum Econômico Mundial com parceria da Fundação Dom Cabral (FDC) no Brasil, o movimento terminará com o fim de algumas profissões.
Contudo, o saldo entre a destruição de vagas e a criação de outros postos de trabalho mais modernos deixa um balanço positivo de 78 milhões de empregos no mundo.
IA, Big Data e pensamento crítico
No Brasil, de acordo com os dados do levantamento, nove em cada dez empresas já planejam, até 2030, aprimorar trabalhadores com foco em IA e Big Data. Assim como pensamento crítico, alfabetização tecnológica e lógica geral.
“O relatório não é catastrófico, pois estamos dizendo com total clareza que essa demanda por tecnologia vai gerar mais postos de trabalho [do que irá destruir], comenta o professor e diretor do núcleo de Inovação e tecnologias digitais da Fundação Dom Cabral, Hugo Tadeu, responsável pelo relatório no Brasil.
Contudo, Tadeu afirma que as empresas terão que patrocinar treinamentos adequados de qualificação e requalificação da mão de obra para que as suas próprias demandas sejam atendidas. Segundo ele, no Brasil, a educação básica e as universidades ainda não se modernizaram suficientemente. Isso para formar trabalhadores capacitados para uma demanda que já existe e vai crescer significativamente nos próximos cinco anos.
“A maioria dos trabalhadores já entenderam isso. Inclusive, quem estiver empregado onde a empresa não está oferecendo treinamentos com profundidade de requalificação, deveria fazer por conta própria para garantir a empregabilidade”, observa o professor da FDC.
Desafio de requalificação
Conforme mostra o relatório, em termos globais, 65% dos trabalhadores consideram a requalificação como essencial para manter empregabilidade. Além disso, 78% buscam oportunidades de treinamento para aprimorar as habilidades. E 70% estão dispostos a dedicar tempo fora do expediente para aprimoramento profissional.
Do lado das empresas, o relatório aponta que 85% dos executivos entrevistados em 55 países afirmam estar dispostos a investir no aprimoramento das competências dos funcionários. Nesse sentido, as habilidades mais demandadas incluem pensamento analítico. Também resiliência, flexibilidade, agilidade, liderança e influência social. Além das competências técnicas para o desempenho de cada função.
No recorte brasileiro do estudo, os dados apontam que, até 2030, ao menos 37% das habilidades dos trabalhadores mudarão por exigência das empresas.
Além disso, 58% das empresas já pretendem recrutar funcionários com novas habilidades. E 48% das companhias planejam “transitar” funcionários de funções em declínio para funções em crescimento.
Conforme explica Tadeu, “transitar” significa que as empresas irão demitir profissionais que ficarão obsoletos ou prepará-los para desempenhar novas funções.
Com informações do Valor Econômico
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