Febraban avalia como ‘insuficiente’ aumento no teto de juros do consignado INSS
- A Febraban considerou insuficiente o aumento do teto de juros do consignado do INSS de 1,66% para 1,80%, definido pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). Segundo a entidade, o limite continua inviável economicamente e não permitirá que as instituições financeiras atendam à demanda de crédito.
- A Febraban argumenta que o novo teto mantém a rentabilidade negativa da linha de consignado para a maioria das faixas etárias, levando à redução das concessões. A queda em dezembro foi de 27% em relação à média mensal de 2024.
- A entidade ressalta que o Banco Central proíbe a oferta de produtos financeiros abaixo do custo efetivo e que a decisão do CNPS afeta negativamente o público mais vulnerável do INSS.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que a elevação do teto de juros do consignado INSS, de 1,66% para 1,80%, decidida nesta quinta-feira pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), é insuficiente.
Segundo a entidade, “a falta de racionalidade econômica na fixação do teto do INSS tem prejudicado o atendimento daqueles que apresentam maior risco, com idade elevada. Bem como operações para aposentados que recebem benefícios em valores menores”.
Para os banco, o limite de 1,80% ainda é economicamente inviável. Pois não suporta a estrutura de custos da linha de consignado do INSS. E não permitirá que as instituições financeiras consigam atender a toda a demanda de crédito.
“A elevação do teto de 1,66% para 1,80% não será suficiente para absorver os custos das várias despesas relacionadas à concessão dessa linha. Principalmente o custo de captação, que se elevou de forma expressiva com a alta da Selic e a forte abertura da curva futura de juros, no mesmo período em que, de forma artificial, o teto do INSS teve várias quedas sucessivas.”
Juros do consignado
Então, a entidade lembrou que o Banco Central determina que nenhum produto financeiro pode ser ofertado abaixo de seu custo efetivo. Assim como argumentou que o novo teto ainda manterá a linha de consignado do INSS com rentabilidade negativa para a maior parte das faixas etárias do público elegível.
Dessa forma, ela aponta ainda que as concessões dessa modalidade têm se reduzido mensalmente e o último mês de dezembro foi o pior nos últimos três anos. Isso com queda de 27% na concessão em relação à média mensal de janeiro a novembro de 2024.
“Caberá a cada instituição financeira, diante de sua estratégia de negócio, avaliar a conveniência de concessão do consignado para os beneficiários do INSS no novo teto de juros fixado pelo Conselho de Previdência. A Febraban continuará buscando demonstrar que, na prática, as definições do teto de juros, sem racionalidade técnica, estão tendo efeito danoso para a camada mais vulnerável desse público do INSS”, afirma a nota.
Com informações do Valor Econômico
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