Representantes globais esperam que Brasil lidere coalizão na COP30 para combater emergência climática

Conselheiro especial para ações climáticas da ONU afirmou que a COP30 será um momento importante da luta contra o aquecimento global

A COP30, que acontece em Belém (PA) em novembro deste ano, é aguardada por membros de iniciativas em diferentes países como um momento de coalizão para o combate da emergência climática, que deve ser liderada pelo Brasil. Essa foi a defesa de representantes que participaram do primeiro dia da 15ª Assembleia da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena) neste domingo (12), em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Selwin Hart, conselheiro especial para ações climáticas e transição justa da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou que a COP30 no Brasil será um momento importante da luta global contra o aquecimento global, que precisa da cooperação de todos os países, em especial os desenvolvidos.

Mundo já vive em emergência climática

“O mundo precisa trabalhar de forma colaborativa para ter a certeza de uma ação rápida e de que nenhum país vai ser deixado para trás, com atenção para as nações em desenvolvimento. A ONU tem ajudado os países a definir as contribuições de cada um para a transição energética”, afirmou o diplomata, que chamou atenção para os efeitos do aquecimento global: “Estamos em uma emergência climática e temos visto extremos climáticos em todas as regiões do mundo”.

Questionado sobre as expectativas negativas sobre o governo Trump quanto a medidas climáticas, Hart disse: “A transição energética é inevitável, apesar de discordâncias. Estou otimista que vamos atingir acordos inéditos”.

No sábado (11), o ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, anunciou que o país quer retomar o processo de adesão à Irena, que foi interrompido no governo Jair Bolsonaro.

Silveira esteve no primeiro dia de evento do órgão sediado em Abu Dhabi neste domingo (12), como parte de uma agenda que cumpre no Oriente Médio.

Essa foi a primeira participação de um ministro brasileiro em assembleia da Irena, de acordo com a agência.

“Na COP30, vamos voltar a discutir volumes adequados de financiamento à transição energética global e o consenso de continuar usando mecanismos de governança global para alcançar os objetivos climáticos, respeitando a soberania dos países”, disse o ministro em um dos painéis do evento.

Ministro do Brasil evita polêmica com Trump

Também perguntado sobre a esperada falta de alinhamento do novo governo americano quanto a políticas climáticas, Silveira evitou citar o presidente eleito dos Estados Unidos. “Na visão do Brasil, a transição energética vai acontecer de qualquer forma”, disse. “Apesar dos discursos, vamos continuar avançando na transição energética”.

“A mensagem é de otimismo, apesar das diferenças. Não há solução sem consenso global. Para isso, contamos com organismos internacionais, que precisam ser fortalecidos”.

O Brasil também convidou a Irena para secretariar a futura Coalizão Global para Planejamento da Transição e Segurança Energética. A iniciativa, que deve ser lançada oficialmente no Rio de Janeiro em junho, surgiu a partir de discussões no âmbito do G20 no ano passado, de acordo com o Ministério de Minas e Energia.

Em entrevista coletiva neste domingo (12), o diretor-geral da Irena, Francesco La Camera, disse que a agência tem trabalhado com a organização da COP30 e que deve visitar o Brasil em fevereiro para acertar detalhes: “Devemos lançar algumas iniciativas na COP30, como fizemos em Baku. Tenho ficado impressionado com a ambição do Brasil e com a confiança do País no trabalho da Irena”.

Dentro da agenda dos últimos dias, o Brasil também assinou um acordo que prevê investimentos de R$ 15 bilhões com os Emirados Árabes Unidos para desenvolvimento de minerais estratégicos, visando à transição energética.

Com informações do Valor Econômico

Leia a seguir

Leia a seguir