Real e bolsa desaceleram ganhos após discurso de Bolsonaro
A performance dos ativos brasileiros piorou após o curto discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira, o primeiro desde que ele foi derrotado no segundo turno pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um gestor ouvido pelo Valor PRO, serviço de informação em tempo real parceiro da Inteligência Financeira, diz ter considerado que o discurso do presidente desapontou o mercado. “Ele disse que seguirá cumprindo a Constituição, mas não reconheceu a validade do processo eleitoral.”
O Ibovespa, que operava com ganho na casa do 1,3% antes das considerações do presidente, reduziu os ganhos. O índice fechou em alta de 0,77%, aos de 116.929 pontos – na máxima intradiária, durante as considerações do presidente, a referência local chegou a tocar os 118.261 pontos. Leia reportagem sobre fechamento.
E o dólar que, durante a tarde, chegou a atingir os R$ 5,0846 na mínima do dia, embalado tanto pelo clima positivo no exterior quanto pela expectativa pelo discurso de Bolsonaro, reduziu parte do movimento de queda próximo ao final da sessão. O dólar comercial fechou em baixa de 0,91%, a a R$ 5,1186. Os juros futuros registraram poucas oscilações durante a sessão estendida logo após o discurso.
Bolsonaro não questionou o resultado das urnas, mas também não reconheceu textualmente a derrota, dizendo apenas que “continuará seguindo os manifestos da Constituição”. Em seguida, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse que o presidente autorizou que, quando provocado, com base na lei, o governo fará a transição. Ao falar sobre os bloqueios e rodovias, Bolsonaro disse que os “movimentos populares são frutos de injustiça”, mas que os métodos não podem ser os da esquerda.
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