Poupança rende mais que inflação pela primeira vez desde 2018

Apesar de ganho real, aplicação rendeu menos que outros investimentos

Caderneta tem vantagens, mas ainda perde para muitos investimentos
Caderneta tem vantagens, mas ainda perde para muitos investimentos

O recuo da inflação em 2022 trouxe uma boa notícia para os investidores da aplicação financeira mais tradicional do país.

Pela primeira vez em quatro anos, a caderneta de poupança rendeu mais que a inflação.

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Em 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,79%, conforme divulgou hoje (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) . O indicador é considerado o índice oficial de inflação, usado pelo Banco Central (BC) para definir a taxa de juros.

De acordo com a Calculadora do Cidadão, disponível na página do BC na internet, uma aplicação na caderneta de poupança rendeu 7,9% em 12 meses.

O valor considera uma aplicação feita em 1º de janeiro do ano passado e que não foi mexida até 1º de janeiro de 2023.

A última vez em que a poupança tinha superado a inflação tinha sido em 2018, quando a caderneta havia rendido 0,85% acima do IPCA em 12 meses.

Desde então, a combinação entre inflação alta e juros baixos corroeu o rendimento da aplicação mais popular no país.

O pior momento ocorreu em outubro de 2021, quando o aplicador perdeu 7,59% contra a inflação no acumulado de 12 meses.

Apesar do rendimento acima da inflação, a poupança registrou desempenho inferior a outras aplicações de renda fixa.

Os investimentos em Certificado de Depósito Bancário (CDB) renderam 12,25% no ano passado, 6,24 pontos percentuais acima da inflação.

A caderneta, no entanto, superou a bolsa de valores. Num ano marcado por instabilidades, o índice Ibovespa subiu 4,69%, mas rendeu 1,04% a menos que o IPCA.

De março de 2021 a agosto de 2022, o BC elevou a taxa Selic (juros básicos da economia) de 2% para 13,75% ao ano.

O IPCA, que até julho do ano passado superava os dois dígitos no acumulado em 12 meses, recuou após três deflações consecutivas (agosto, setembro e outubro) provocadas principalmente pelo corte de impostos em combustíveis, energia, telecomunicações e transporte coletivo.

Esses dois fatores aos poucos reverteram a perda da poupança para a inflação.

O que deve acontecer com a poupança?

Atualmente, a poupança rende 6,17% ao ano mais a Taxa Referencial (TR).

Essa regra vale quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, o que ocorre desde dezembro do ano passado.

Quando os juros básicos estão abaixo desse nível, a poupança rende apenas 70% da Selic.

Para 2023, a poupança continuará a ganhar da inflação. Na última edição do boletim Focus, pesquisa semanal com investidores divulgada pelo Banco Central, os analistas de mercado previam que o IPCA deve fechar este ano em 5,36%.

Como o boletim Focus também prevê que a Selic encerrará 2022 em 12,25% ao ano, a caderneta continuará rendendo em torno de 7% no acumulado de 12 meses.

A melhoria do rendimento deve ajudar a conter a fuga recorde de recursos da poupança observada em 2022.

No ano passado, os brasileiros sacaram da aplicação financeira R$ 103,24 bilhões a mais do que depositaram.

Já no mês passado, houve captação líquida (mais depósitos que saques) de R$ 6,26 bilhões, resultado impulsionado pelo pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário.

Com reportagem da Agência Brasil

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