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Presidente do Banco Central Europeu reafirma que juros vão subir 0,5 p.p. em março
Christine Lagarde, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), reafirmou nesta quarta-feira (15) que os juros básicos na zona do euro serão elevados em 0,5 ponto percentual (p.p.) na reunião de março. Depois disso, o BCE vai reavaliar as condições econômicas e financeiras, tornando as próximas decisões “dependentes de dados”.
Durante sessão no plenário do Parlamento Europeu, Lagarde enfatizou que o mandato do BCE é por estabilidade de preços que só será atingida com a autoridade monetária mantendo o “curso atual de elevar os juros de forma significativa”.
Ainda que os preços de energia na Europa tenham perdido força, a inflação local segue fortes e, embora estejam ancoradas na meta de 2%, as expectativas inflacionárias requerem “monitoramento contínuo”, ressaltou Lagarde.
De qualquer forma, a melhor situação do choque energético provocado pela guerra na Ucrânia moderou os riscos inflacionários e para o crescimento da atividade na zona do euro, segundo Lagarde.
Os salários, contudo, têm crescido rapidamente e são uma ameaça à estabilidade de preços, enquanto a economia ainda deve apresentar crescimento fraco no curto prazo, acrescentou a banqueira central.
Lagarde aproveitou a oportunidade do discurso no Parlamento Europeu para defender a expansão da união monetária e econômica europeia. Segundo ela, é necessário fortalecer a integração financeira da zona do euro, reformar o quadro de governança econômica da UE e definir um quadro regulamentar adequado para o euro digital.
BC independente
Ao lembrar o mandato democrático do Banco Central Europeu para garantir a estabilidade de preços da zona do euro e a necessidade de conduzir um aperto monetário para levar a inflação para a meta de 2% ao ano, a presidente do banco central, Christine Lagarde, ressaltou o alto nível de independência que o BCE precisa ter.
“O BCE precisa ter a capacidade de tomar todas as medidas necessárias livre de interferência política”, afirmou em audiência no Parlamento Europeu. “Em outras palavras, nós preservamos uma das condições fundamentais para o crescimento econômico estável”, disse.
Segundo ela, isto é particularmente importante no atual cenário, com a alta inflação tendo um grande impacto em todas as áreas da economia e na vida das pessoas, “especialmente as famílias de baixa renda, como vocês têm notado”.
Lagarde ressaltou que, em uma sociedade democrática, a independência do banco central apenas pode ser legítima se for fundamentada em um mandato claro e equilibrado com responsabilidade para garantir que ele será cumprido. “Isso também significa que grandes esforços para garantir a estabilidade de preços precisam ser acompanhados por igual forte vigilância democrática”, destacou.
Nesse sentido, Lagarde se mostrou disposta a manter um diálogo com os representantes do Parlamento, que apresentaram hoje um esboço de uma resolução para formalizar as relações entre o BCE e o Parlamento Europeu. “O BCE fez uma proposta ao Parlamento e agora espera finalizar um acordo entre as duas instituições”, disse.
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