O Itaú BBA rebaixou sua recomendação para ações do Bradesco de “compra” para “neutra”, com preço-alvo passando de R$ 16 para R$ 14. Segundo os analistas, a visão positiva anterior para o Bradesco se baseava em um cenário de recuperação micro e macroeconômica e, agora, a piora das perspectivas para 2025 reduziu significativamente as estimativas de lucro para o banco.
“A desaceleração da receita também coincidirá com as despesas administrativas pesadas para investimentos em tecnologia, novos segmentos de clientes e inovação”, diz o Itaú BBA. Os analistas preveem lucro de aproximadamente R$ 21,5 bilhões do Bradesco este ano e dizem que, apesar do rebaixamento da recomendação, ainda gostam da história de recuperação do banco.
Eles lembram que o Bradesco adotou uma postura mais cautelosa de capital, criou uma nova categoria de alta renda e está trocando executivos e revendo incentivos. “Também vemos valor no negócio de seguros, crescendo lucrativamente e fazendo movimentos estratégicos em assistência médica.”
O rebaixamento da recomendação veio dentro de um relatório do Itaú BBA sobre as perspectivas para os resultados dos bancos no quarto trimestre de 2024. Intitulado “Os últimos raios do pôr-do-sol”, o documento aponta que, apesar dos números positivos do período, o que vai importar mais é a visão dos bancos para este ano. Segundo eles, o lucro ainda deve subir em torno de 10% este ano, mas o crescimento deve ficar concentrado no primeiro semestre, e dar um “guidance” para o ano inteiro será um desafio para os bancos.
“Isso é uma tarefa desafiadora [dar o guidance], dado o cenário volátil e cada vez pior. Indicadores macroeconômicos piores (juros, inflação) aumentam os obstáculos ao crédito, o que tende a reduzir o apetite por novas concessões. Esperamos que isso se reflita nos comentários dos executivos e nos guidances, com uma perspectiva de crescimento moderado da carteira (abaixo de 10%) e margem financeira estável.”
*Com informações do Valor Econômico
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