Inteligência Financeira prepara série de podcasts e matérias sobre os 30 anos do Plano Real
O ano é 1993. A inflação no Brasil atingiria 2.477,15% naquele ano segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA. O cenário de hiperinflação afetava diretamente a vida dos brasileiros. Os preços mudavam constantemente, havia o overnight. As compras no supermercado tinham de ser mensais, feitas assim que o trabalhador recebia o seu salário para tentar preservar – um pouco e sem sucesso – o seu poder de compra. A classe média tinha em casa um eletrodoméstico que hoje caiu em desuso: o freezer, para estocar alimentos. Planejar investimentos? Férias com a família? Era tudo mais e muito difícil.
E aí veio o Plano Real.
Ele começa para valer em 1º de julho de 1994, fruto do trabalho de uma equipe formada, entre outros, por Edmar Bacha, Gustavo Franco, Pérsio Árida e Pedro Malan. Todos capitaneados pelo então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso. FHC fora escolhido pelo então presidente Itamar Franco para debelar uma das duas profundas crises nas quais o país estava mergulhado naquela época.
A crise econômica.
A outra era a crise política, afinal, o Brasil havia vivido pela primeira vez um impeachment, o de Fernando Collor de Mello. A democracia, recém-conquistada, era algo bastante frágil.
Plano Real: um novo vocabulário
Por si só, a palavra impeachment era nova no vocabulário do brasileiro, que precisou aprender seu significado. Com o Plano Real, viriam outras palavrinhas e termos para decorar com o passar dos meses e do trabalho da equipe econômica: URV, Programa de Ação Imediata (PAI), que foi a primeira fase do Plano Real, e o próprio Real, o nome escolhido para a nova moeda que simbolizaria o início de um período de estabilidade econômica sem precedentes na história do Brasil.
É essa história que a Inteligência Financeira começa a contar a partir de 8 de abril.
Fruto de um extenso trabalho de reportagem que envolve toda a redação, o nosso leitor vai acessar uma série de conteúdos especiais sobre um dos momentos mais importantes da história brasileira.
Dos planos econômicos fracassados no fim dos anos 1980 e começo dos anos 1990 até a formação do grupo que criaria o Plano Real. Das transformações do plano até os dias de hoje, com análises sobre o legado daquilo que foi gestado em 1993 e colocado em prática no ano seguinte.
O especial terá duas avenidas principais.
A primeira será uma série de sete podcasts originais concebidos e produzidos em parceria com a Rádio Novelo. Haverá também uma série de reportagens especiais que não apenas contextualizam o assunto como trazem à vida as histórias de brasileiros comuns que viveram este período único.
“O Plano Real é um daqueles momentos da história brasileira que mudaram o rumo das trajetórias política, econômica e social do país. Tínhamos um Brasil antes do real e temos um país diferente agora. Nosso objetivo com o projeto é contar essa história, mostrar que enormes desafios foram superados para colocar em prática o plano. E, também, que ele tornou possível conquistas como o PIX e o real digital. Somos uma plataforma de informação sobre finanças e investimentos, mas também temos como missão educar nossa audiência para temas relevantes da economia nacional. O projeto cumpre este propósito”, diz José Eduardo Costa, editor-chefe da Inteligência Financeira.
Haverá, ainda, uma página especial que vai agregar todos esses conteúdos, idealizada por nosso time de produto.
“Estamos totalmente imersos no Plano Real para contar as maiores histórias, com as melhores apurações e olhares únicos para nossos leitores. São muitas frentes acontecendo ao mesmo tempo, com a criação de um podcast inédito e em tempo recorde, páginas exclusivas, vídeos de bastidores, imagens de acervos e muito mais. Tem sido animador contar os bastidores dessa história com figuras tão emblemáticas para o país”, afirmou Marina Nardino, coordenadora de multimídia da Inteligência Financeira e product owner do projeto.
Em 1989, portanto, no epicentro da crise econômica brasileira, Zuenir Ventura lançou um livro que seria considerado um clássico algum tempo depois. ‘1968; O Ano que Não terminou’. Na obra, o autor faz uma biografia de um dos anos mais importantes no Brasil, domado pela ditadura militar, e no mundo.
1994, o ano do Plano Real, talvez merecesse também uma análise mais aprofundada. Morre Ayrton Senna, o Brasil volta a ser campeão mundial de futebol, o que não ocorria desde 1970. E a vida comum, a partir das mudanças econômicas, ganha novos contornos que perduram até hoje.
Embarque nessa história conosco.