IF Hoje: Mercado retoma apetite por risco com acordo da dívida dos EUA e monitora hoje dados de emprego e inflação, de olho na próxima reunião de juros do Fed

Com o acordo sobre o teto da dívida dos EUA, os investidores projetam os movimentos do Fed, que faz reunião de juros nos dias 13 e 14 de junho

Os investidores acompanham nesta sexta-feira (2) o relatório de emprego para o mês de maio, divulgado pelo do Departamento do Trabalho dos EUA (Payroll, às 9h30). A expectativa do mercado é pela geração de 180 mil empregos no mês de maio. O relatório de emprego americano é acompanhado da taxa de desemprego, do ganho médio por hora e pelos dados de desemprego. Os dados dão contexto à próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que acontece nos dias 13 e 14 de junho.

O Senado dos EUA aprovou na noite de quinta o aumento do teto da dívida e o corte dos gastos orçamentários. O acordo bipartidário será enviado agora para o presidente Joe Biden, a tempo de virar lei antes da segunda-feira, 5.

A negociação de futuros nas bolsas de Nova York indicou uma probabilidade de 80% de que o Fed se abstenha de aumentar as taxas de juros, em comparação com uma probabilidade de 48% na semana anterior, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.

Em Wall Street, o Goldman Sachs planeja cortar mais empregos, disse o presidente do banco, já que um ambiente econômico difícil pesa sobre os negócios. Em janeiro, o banco de investimentos demitiu cerca de 3.200 funcionários, sua maior redução de pessoal desde a crise financeira de 2008.

Retorno do apetite por risco

Com as expectativas crescentes de que o Fed mantenha as taxas de juros daqui a duas semanas e com o alívio pela aprovação do Congresso de uma suspensão do limite de dívida dos EUA, os investidores retomam o apetite por risco nas negociações.

O Senado dos EUA aprovou na quinta-feira uma legislação bipartidária apoiada pelo presidente Joe Biden que eleva o teto da dívida de US$ 31,4 trilhões do governo, um dia depois que a Câmara dos Deputados validar o projeto de lei. Com isso, os EUA evitam o que teria sido o primeiro e catastrófico calote. O Departamento do Tesouro dos EUA alertou que não conseguiria pagar todas as suas contas em 5 de junho se o Congresso não agisse.

Com o acordo sobre o teto da dívida, os investidores se concentram no que o Fed fará em duas semanas. A retórica dovish das autoridades do Fed, incluindo comentários do presidente do Federal Reserve da Filadélfia, Patrick Harker, na quinta-feira, de que era “hora de pelo menos apertar o botão stop” nos aumentos de juros, também ajudou a melhorar o humor do mercado e o apetite dos investidores por risco.

Agenda

  • Estados Unidos divulga seu Payroll às 9h30 (horário de Brasília). A projeção do mercado é pela criação de 180 mil vagas de trabalho no mês de maio. O relatório de emprego americano é acompanhado da taxa de desemprego, do número de vagas abertas, ganho médio por hora e o perfil do desemprego.
  • No Brasil, dados de inflação do IPC da Fipe de maio, dados de Produção Industrial de abril e a taxa de 12 meses.
  • México divulga taxa de desemprego, com projeção de 2,80%

Mercado ontem

Após encerrar o mês de maio com sequência negativa, o Ibovespa voltou a avançar no primeiro pregão de junho, em dia positivo no Brasil e também no exterior. Desde os primeiros negócios, uma leitura expansionista do PMI industrial da China deu força às commodities e, consequentemente, aos papéis de empresas exportadoras, que acumulavam sequência negativa.

O Ibovespa registrou alta firme na quinta-feira (1º), voltando aos 110 mil pontos, em sessão positiva em termos locais e globais. O índice subiu 2,06%, aos 110.564 pontos. Ações sensíveis à economia local seguiram subindo conforme a economia e o processo de desinflação locais mostram resiliência concomitante.

No cenário interno, os investidores saldaram o crescimento de 1,9% do PIB no 1º trimestre de 2023, dado que veio acima do esperado. O dado veio acima da projeção divulgada no boletim Focus da segunda-feira (29), que estimou alta de 1,26%. O destaque foi o setor de agronegócio, que apresentou alta robusta no primeiro trimestre em relação aos três meses anteriores.

As bolsas de Nova York fecharam em alta robusta e começaram junho em nota positiva. Investidores reagem bem ao avanço do projeto de lei que suspende o teto da dívida dos EUA no Congresso dos EUA e à expectativa cada vez mais consolidada de que o Federal Reserve (Fed) não subirá juros em sua reunião deste mês.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,47%, a 33.061,57 pontos, o S&P 500 avançou 0,99%, a 4.221,02 pontos, e o Nasdaq subiu 1,28%, a 13.100,98 pontos.

O dólar comercial encerrou a sessão desta quinta-feira (1º) em queda consistente, quebrando o movimento dos últimos três pregões, de valorização da moeda americana frente ao real e à maioria das divisas de mercados emergentes. Terminadas as negociações, o dólar comercial fechou em queda de 1,34%, a R$ 5,0053.

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