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Isenção do IR, relação com Galípolo e críticas a Milei: os destaques da entrevista de Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu que o anúncio da ampliação da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil junto com o pacote de contenção de gastos “foi um dos problemas” que aconteceram no fim do ano.
Além disso, ele admitiu que houve um “tempo de maturação excessivo” das medidas antes do envio ao Congresso Nacional. As discussões sobre o pacote se estenderam até o fim de novembro passado.
As declarações do ministro foram feitas em entrevista à GloboNews. Segundo Haddad, o governo tem feito um esforço grande para corrigir os erros de comunicação. “Penso que está havendo esforço grande de coesão [do governo]”, disse.
Relação com Galípolo
Na conversa, Haddad afirmou que houve uma valorização “exagerada” do dólar no fim do ano passado e início deste ano. Ele, contudo, acredita que haverá uma acomodação da moeda ao longo do tempo.
O ministro foi questionado, ainda, sobre a relação com o Banco Central (BC) e com a alta taxa de juros, que é alvo de críticas públicas de membros do governo.
“Terei dialogo técnico com [Gabriel] Galípolo, [novo presidente do BC]. Isso não significa que vamos concordar sempre”, disse Haddad. “A decisão é dele e do Copom, eu posso subsidiá-lo com informações”, completou.
O ministro destacou, ainda, que o BC dialoga com todos os atores da sociedade para tomar sua decisão, mas que no dia do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) “são 9 pessoas que tomam uma decisão autônoma”. “Isso não vai mudar com o Gabriel [Galípolo na presidência]”, frisou.
Ainda de acordo com Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou “absolutamente claro” que irá tratar Galípolo com a “mesma deferência que tratou” Henrique Meirelles, ex-presidente do BC nos mandatos iniciais de Lula.
Críticas a Milei
À GloboNews, Haddad criticou o modelo de ajuste de fiscal conduzido pelo presidente da Argentina, Javier Milei.
“Ouço coisas que me espantam um pouco. A pessoa com inveja da Argentina, diz: poderíamos estar na Argentina. Dá um pulo na Argentina”, disse.
“Torço muito pela Argentina. Um país vizinho, grande parceiro comercial do Brasil. Mas não é simples. Você fazer ajuste fiscal jogando 60% da população abaixo da linha da pobreza, com uma recessão de 3,5%, inflação anualizada que ainda passa de 30%, 40%.”
Segundo Haddad, o Brasil não está “nessa condição” e “nós temos condição de fazer melhor, com o mesmo respeito com as regras econômicas”.
Ele ainda disse que frequentemente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “é criticado por respeitar essa dimensão social”. “Tem toda uma arte em fazer isso (ajuste) da melhor maneira possível”, afirmou.
Crescimento do PIB
Adicionalmente, o ministro da Fazenda afirmou que a pasta calcula crescimento de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado.
“[Teremos] um crescimento entre 3,4% e 3,6%. Nossa projeção é 3,6%”, disse em entrevista à GloboNews.
A projeção mais recente da pasta para o crescimento da economia no ano passado, divulgada em novembro pela Secretaria de Política Econômica (SPE), era de 3,3%.
Na entrevista, Haddad disse que em dois anos o governo federal gerou “crescimento [econômico] de 7% e 3,5 milhões de empregos, com distribuição de renda e aumento da renda do trabalhador”.
Com informações do Valor Econômico
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