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Euro pode cair abaixo de 1 dólar? Entenda
Os operadores de câmbio internacionais se preparam para um mundo onde 1 euro vale menos que 1 dólar.
A moeda comum europeia se aproxima da paridade com o dólar pela primeira vez desde 2002, o ano em que começou a circular como dinheiro de fato. Agora que décadas de níveis históricos de suporte foram quebrados durante a queda deste mês, o foco do mercado se volta para o quão baixo o euro pode ir.
Se o piso de US$ 1 for quebrado, “a volatilidade deve aumentar acentuadamente”, disseram estrategistas do ING liderados por Chris Turner.
A próxima parada pode ser de US$ 0,9850, um nível que a última rodada de apostas no mercado de opções sinaliza como um possível fundo de curto prazo. Segundo dados da Depository Trust & Clearing Corporation, uma câmara de compensação de ativos nos EUA, os investidores não buscavam exposição significativa além da paridade no mês passado.
Desde 1º de julho, no entanto, as apostas de baixa também se concentraram em níveis mais baixos, com US$ 0,95 lentamente se tornando a aposta favorita dos operadores de opções.
A espiral descendente da moeda foi rápida e brutal. Em fevereiro, ainda era negociada em torno de US$ 1,15. Mas a invasão da Ucrânia pela Rússia piorou as perspectivas de crescimento na zona do euro e elevou o custo das importações de energia, enquanto os aumentos de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nos EUA fortaleceram o dólar.
Isso deixa o Banco Central Europeu (BCE) em uma sinuca de bico. Até agora, a autoridade monetária da zona do euro resistiu ao tipo de aperto agressivo implantado pelos bancos centrais em todo o mundo, sinalizando que aumentará juros em 0,25 ponto no final deste mês. Isso provavelmente manterá uma defasagem de taxas cada vez maior, que manterá a pressão sobre a moeda comum.
Alguns alertam que uma queda caótica que levaria o euro ainda mais baixo pode acontecer. Tecnicamente, há pouco suporte abaixo da paridade até a mínima histórica de janeiro de 2000, a US$ 0,9668, quando ainda não havia sido adotado como papel moeda no dia a dia.
Outros também ponderam onde está o fundo do poço. Jorge Saravelos, chefe de pesquisa cambial do Deutsche Bank, disse que uma queda para entre US$ 0,95 e US$ 0,97 corresponderia a deslocamentos extremos históricos observados nos mercados de câmbio dos países desenvolvidos desde o fim do sistema Bretton Woods, que lastreava o dólar em ouro, em 1971. Os estrategistas da Nomura alertam para uma queda “não linear” para US$ 0,95.
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