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Sem concorrentes, espanhola Aena faz proposta de R$ 2,4 bi por Congonhas
Mesmo sem concorrentes, a espanhola Aena fez proposta de R$ 2,4 bilhões pelo aeroporto de Congonhas, na zona Sul de São Paulo, um dos mais movimentados e rentáveis do país. O ágio é de 231,5%. A outorga mínima estabelecida era de R$ 740 milhões. O leilão de concessão do terminal aéreo aconteceu nesta quinta-feira, na B3, em São Paulo.
Congonhas foi oferecido à iniciativa privada com outros dez aerportos em estados Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Pará, entre eles Campo Grande (MS); Corumbá (MS); Ponta Porã (MS); Santarém (PA); Marabá (PA); Carajás/Parauapebas (PA); Altamira (PA); Uberlândia (MG); Uberaba (MG) e Montes Claros (MG). Os investimentos previstos são de R$ 5,9 bilhões.
No total, foram oferecidos na 7ª rodada de concessão de aeroportos 15 terminais.
O aeroporto de Congonhas, na zona Sul de São Paulo, é considerado a “joia da coroa” da rodada por seu potencial de movimentação de passageiros. Antes da pandemia, 22 milhões de pessoas embarcaram ou desembarcaram no terminal, o que o torna um dos mais rentáveis do Brasil. Seu potencial é de receber 30 milhões de passageiros por ano.
Ainda assim, atraiu apenas um interessado. Segundo especialistas, a oferta em bloco – com aeroportos mesmo atraentes junto com Congonhas – afastou potenciais investidores. O cenário de incerteza econômica também.
Segundo especialistas, a Aena já adquiriu experiência em operar terminais considerados “menos rentáveis” no país, como Campina Grande e Juazeiro do Norte. Na Espanha, a operadora administra 48 terminais e também tem experiência em aeroportos menores. Poderá reproduzir este modelo no Brasil, avalia o especialista. Em parceria com outras empresas, opera também terminais na Inglaterra, México, Jamaica e Colômbia.
A empresa espanhola ganhou a concessão dos Aeroportos de Recife (PE), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Campina Grande (PB), Aracaju (SE) e Juazeiro do Norte (CE). O valor pago foi de R$ 1,917 bilhão, um ágio de 1.010%.
O contrato foi assinado em setembro de 2019 e, com a pandemia no ano seguinte, os investimentos foram paralisados, de acordo com fontes do setor. Com a volta das atividades e dos passageiros, a empresa retomou os investimentos, previstos em R$ 1,6 bilhão, segundo a própria empresa.
No site da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) consta que, desde que assumiu os terminais do Nordeste, a Aena respondeu a três processos. Dois deles foram arquivados e, em um deles, a empresa foi multada em R$ 204,4 mil devido a problemas relatados por usuários com o ar-condicionado no Aeroporto de João Pessoa. A multa foi paga em abril deste ano.
No primeiro semestre deste ano, a Aena teve um lucro de €163,7 milhões frente a perdas de € 346,4 milhões no mesmo período de 2021, conforme reportado pela empresa à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV).
Por João Sorima Neto
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